ECONOMIA – Reforma Tributária: 72% das Empresas Brasileiras Estão Despreparadas a Menos de 3 Meses da Implementação das Novas Regras Fiscais.

A poucos meses da implementação das suas primeiras obrigações concretas, a reforma tributária brasileira apresenta desafios alarmantes para as empresas. Um estudo recente revelou que 72% das organizações de médio e grande porte no Brasil ainda não estão preparadas para se adequar às novas regras de arrecadação e declaração de tributos sobre consumo, que entrarão em vigor em 1º de janeiro do próximo ano.

O levantamento, realizado com 355 empresas de diversos setores, como varejo, indústria e agronegócio, ressalta que a maioria das empresas consultadas está localizada na Região Sudeste. Os dados são preocupantes: 33,2% das empresas ainda não discutiraram internamente as implicações da reforma, enquanto 38,6% apenas fizeram um levantamento inicial. Apenas 28,1% possuem um plano estruturado para a transição ao novo sistema tributário.

A reforma, aprovada em 2023 e regulamentada recentemente, visa a unificação de tributos sobre consumo, como PIS, Cofins, ICMS e ISS. Esses tributos serão substituídos pelo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que será administrado por estados e municípios, e pela Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), sob a gestão do governo federal. A implementação das mudanças ocorrerá gradativamente, com uma alíquota teste iniciando em 2026, e a extinção dos tributos antigos prevista para 2027.

Entretanto, os riscos associados a essa transição são palpáveis. As empresas enfrentarão dificuldades significativas no recebimento e conferência de notas fiscais, que agora apresentarão cerca de 200 novos campos a serem preenchidos. Aqueles que não se adaptarem a tempo poderão enfrentar barreiras ao faturamento e atrasos nos pagamentos a fornecedores, comprometendo suas operações e fluxo de caixa.

Além disso, o estudo aponta que muitas empresas concentram seus esforços na emissão das novas notas fiscais, sem dar a devida atenção ao processo de ingresso fiscal. Este aspecto é fundamental, pois se a empresa não conseguir gerenciar adequadamente sua documentação, poderá ser forçada a interromper suas atividades.

Um outro desafio significativo identificado no estudo é a adoção das duplicatas escriturais, que são registros eletrônicos essenciais no processo comercial. Segundo os dados, 32,7% das empresas não iniciaram a adaptação a esse processo e apenas 11,5% o fazem de forma automatizada. A maioria delas ainda opera com processos fiscais que carecem de automação, o que aumenta o risco de atrasos e erros tributários.

A falta de investimentos em tecnologia e a ausência de ferramentas específicas para a validação automática de documentos fiscais são fatores que intensificam a preocupação. Com 67% das empresas admitindo essa deficiência, a situação se torna ainda mais alarmante à medida que se aproxima a data limite para adaptação.

Gerentes e executivos estão sendo alertados para que incluam a adequação às novas regras nos orçamentos de 2025, pois a pressão por consultorias especializadas e sistemas de automação pode aumentar significativamente. A urgência de se adequar se torna ainda mais imperativa diante das sanções que podem surgir da inadequação às novas normas tributárias. Assim, as empresas precisam se mobilizar rapidamente para garantir que suas operações se mantenham em conformidade e seguras nas próximas etapas dessa transição tributária que promete mudar o cenário econômico brasileiro.

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