ECONOMIA – “Refinaria da Petrobras processa 100% de óleo de soja em unidade de refino industrial pela primeira vez, gerando produtos petroquímicos renováveis”



A Refinaria de Petróleo Riograndense (RPR), localizada na cidade de Rio Grande (RS) e pertencente à Petrobras, alcançou um marco importante ao processar 100% de óleo de soja em uma unidade de refino industrial. A tecnologia por trás desse feito foi desenvolvida pelo Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação (Cenpes) da estatal, abrindo caminho para a geração de produtos petroquímicos totalmente renováveis a partir de matérias-primas sustentáveis.

Entre os produtos que a refinaria planeja produzir a partir desse avanço tecnológico estão insumos petroquímicos e combustíveis renováveis, como GLP, combustíveis marítimos, propeno e bioaromáticos. Estes últimos, que incluem benzeno, tolueno e xileno, são utilizados em indústrias de borracha sintética, nylon e PVC. Além disso, os teores de concentração de bioaromáticos identificados atendem aos níveis exigidos para formular gasolinas de alto desempenho, praticamente isentas de enxofre.

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, ressaltou a importância da transição energética como uma das prioridades da companhia. Ele destacou que a inovação e a transição energética combinadas trazem benefícios para o Brasil, permitindo à Petrobras liderar processos de transformação técnica, econômica e social com repercussão global.

O diretor-superintendente da RPR, Felipe Jorge, enfatizou a estratégia de planejar o futuro sem prejudicar o abastecimento atual. Segundo ele, a tecnologia licenciada pela Petrobras para a Refinaria Riograndense possibilitará a produção de produtos renováveis a partir do próximo ano sem comprometer o atendimento ao mercado atual de produtos e combustíveis.

Os testes na área do biorrefino tiveram início a partir de um acordo de cooperação entre as empresas que têm participação acionária na RPR: Petrobras, Braskem e Ultra, assinado em maio de 2023. O primeiro teste industrial teve início na última semana de outubro, quando a refinaria recebeu duas mil toneladas de óleo de soja e realizou uma manutenção na unidade de craqueamento catalítico fluido (FCC) de acordo com as orientações do CENPES. Na etapa seguinte, em 1º de novembro, foi iniciado o processamento da carga 100% renovável, comprovando a viabilidade da operação.

Um segundo teste está programado para junho de 2024, quando será coprocessada uma carga mineral com bio-óleo, resultando na produção de propeno, gasolina e diesel, todos com conteúdo renovável. A Petrobras está investindo cerca de R$ 45 milhões para desenvolver o processamento de carga renovável, marcando mais um passo importante na transição para fontes de energia mais sustentáveis e ambientalmente amigáveis.

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