Durante a entrevista, o diretor destacou que o mercado não deve ser tratado como um bloco monolítico, destacando que sempre haverá vencedores e perdedores em qualquer movimento de mercado. Ele ressaltou que o termo “ataque especulativo” não reflete adequadamente a dinâmica do mercado financeiro atual.
No contexto da alta do dólar, Gabriel Galípolo também comentou sobre a divulgação de informações falsas envolvendo a política monetária que circularam nas redes sociais. Essas alegações foram desmentidas pelo banco, mas tiveram impacto na cotação do dólar. A Polícia Federal e a Comissão de Valores Mobiliários anunciaram que investigarão um possível crime de manipulação no mercado de capitais, a pedido da Advocacia-Geral da União (AGU).
Já o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, explicou que a instituição detectou um movimento atípico na alta do dólar e que essa variação está relacionada a disfuncionalidades sistêmicas. Ele destacou a importância da separação de políticas, sendo a monetária para juros, a macroprudencial para estabilidade financeira e o câmbio como variável flutuante. Campos Neto ressaltou a responsabilidade do Banco Central em intervir no câmbio em casos de disfunções no mercado.
Além disso, o BC decidiu aumentar a taxa Selic em um ponto percentual e sinalizar a continuidade desse processo nas próximas reuniões. Essa decisão foi influenciada pelo cenário econômico atual, incluindo a alta do dólar, a inflação corrente e a percepção negativa do mercado em relação ao pacote de corte de gastos do governo.
Com a transição de poder no Banco Central, Gabriel Galípolo assumirá oficialmente a presidência a partir de janeiro, sucedendo Roberto Campos Neto. Ele expressou gratidão pela colaboração e generosidade de Campos Neto durante o processo de transição, destacando a importância da passagem de bastão entre amigos.