O suposto gerente questionou Maria Zélia sobre transferências eletrônicas, compras em um supermercado e saques que ela não reconhecia. Ela foi orientada a comparecer a uma agência bancária no Núcleo Bandeirante para verificar seus cartões de crédito e débito, além de seu celular, alegando a possibilidade de ter sido acessado remotamente.
Devido à sua idade, Maria Zélia não pôde comparecer pessoalmente à agência, o que levou o falsário a enviar um funcionário ao seu prédio para coletar seus cartões e telefone celular. Após a entrega dos objetos, não houve mais contato por parte dos golpistas. Foi então que Maria Zélia percebeu que havia sido vítima de um golpe.
Após a fraude, ela procurou o banco para bloquear os cartões e o aplicativo da instituição financeira, mas não conseguiu evitar operações em outra conta que mantinha em um segundo banco. No total, o prejuízo foi de R$180 mil, resultado de transferências via PIX, saques indevidos, compras com os cartões e empréstimos consignados.
Esse tipo de fraude, infelizmente, é bastante recorrente, de acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Mesmo sem fornecer suas senhas, as contas de Maria Zélia foram movimentadas sem qualquer intervenção dos bancos.
O golpe sofrido por Maria Zélia reflete um cenário crescente de fraudes eletrônicas em instituições financeiras. Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mais de 200 mil ocorrências de estelionato eletrônico foram registradas no país, sem contabilizar números de seis estados. Além disso, pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) aponta que 7,2 milhões de consumidores sofreram alguma fraude em instituições financeiras nos últimos 12 meses.
Esses casos estão impactando a confiança dos consumidores nos bancos, o que pode representar um problema crítico para o setor financeiro. A insegurança e as perdas de confiança podem prejudicar a evolução digital das transações monetárias.
Os bancos, por sua vez, têm investido em tecnologia e segurança para prevenir fraudes, mas, mesmo assim, os golpes continuam acontecendo. Para a magistrada Marília Sampaio, do Tribunal de Justiça do DF e Territórios, os bancos devem ser responsabilizados pelos danos causados por tais crimes, já que os consumidores depositam sua confiança nas instituições financeiras.
Em suma, os golpes e fraudes bancárias representam um desafio crescente para a segurança dos consumidores e a confiabilidade do sistema financeiro, exigindo ações efetivas por parte das autoridades e das próprias instituições financeiras.