Este forte crescimento pode ser atribuído em grande parte à baixa base de comparação de maio, quando a produção sofreu uma queda acentuada de 26,3% devido às enchentes que paralisaram grande parte das indústrias gaúchas. Conforme a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), aproximadamente 63% das fábricas no estado enfrentaram paralisação parcial ou total durante o período das chuvas torrenciais.
O analista da pesquisa, Bernardo Almeida, comentou sobre o impacto significativo das chuvas e a subsequente recuperação: “Depois de um período de paralisação em decorrência das inundações provocadas pelas fortes chuvas no estado, houve retomada das atividades em diversas plantas industriais. Isso foi determinante para o resultado positivo da indústria gaúcha em junho, sendo a taxa positiva mais intensa da indústria local desde o início da série histórica”.
Setores como produtos químicos, derivados do petróleo, veículos automotores, máquinas e equipamentos, e metalurgia foram fundamentais para o desempenho positivo. Esta retomada não só reverteu as perdas de maio, mas também colocou a indústria gaúcha 2,7% acima do patamar pré-pandemia, alinhando-se ao crescimento nacional de 2,8% no mesmo período.
O impacto do crescimento da produção gaúcha foi significativo para o desempenho da indústria brasileira como um todo, que registrou uma expansão de 4,1% em junho em relação ao mês anterior. Com 6,8% de representação no total da indústria brasileira, o Rio Grande do Sul teve a maior influência no resultado nacional.
Entretanto, no acumulado do ano, a produção industrial gaúcha ainda apresenta um recuo de 1%, e uma queda de 2,3% quando analisados os últimos 12 meses. Em contraste, a média nacional mostrou um crescimento de 2,6% no ano e 1,5% em 12 meses.
Além do Rio Grande do Sul, o Pará apresentou a segunda maior alta em produção industrial, com um crescimento de 9,7%, impulsionado pelos setores extrativo e de metalurgia. São Paulo, o maior parque industrial do Brasil, teve um incremento de 1,3% no período, com os setores de alimentos, derivados do petróleo, veículos automotores e farmacêuticos contribuindo significativamente para esse crescimento.
Na ponta de queda, a Região Nordeste registrou uma retração de 6%, com a Bahia e Pernambuco apresentando quedas de 5,4% e 5,2%, respectivamente. Essas taxas representam as quedas mais expressivas no período.
O IBGE realiza essa apuração regional dos resultados nas 17 unidades da federação que possuem pelo menos 0,5% de participação no total da indústria nacional, além de analisar a região Nordeste como um todo.