Os dados divulgados pela administração do terminal portuário revelam que, nas primeiras duas semanas de julho, houve um aumento impressionante de 96% nas exportações de proteínas animais, incluindo carne bovina, de frango, suína e miúdos. Além disso, a exportação de café, especialmente para os EUA, cresceu 17%, enquanto 50 mil toneladas de celulose foram despachadas, superando os números dos meses anteriores.
Esse frenesi nas exportações fez com que a movimentação de caminhões no entorno do Porto de Santos aumentasse em cerca de 70%, refletindo a urgência dos exportadores em evitar as novas tarifas. Anderson Pomini, presidente da Autoridade Portuária de Santos, destacó a pressão enfrentada pelos exportadores para escapar da taxação.
O Porto de Santos desempenha um papel fundamental na corrente comercial do Brasil, representando cerca de 30% das trocas comerciais do país. Os Estados Unidos ocupam a segunda posição entre os principais destinos das exportações brasileiras que passam por este terminal, atrás apenas da China. O ranking dos parceiros comerciais mostra que a China é responsável por 47,1% do movimento, enquanto os EUA respondem por 22,2%.
Entretanto, a imposição dessas tarifas não é o único foco de tensão entre os dois países. O governo dos Estados Unidos também iniciou uma investigação sobre práticas comerciais brasileiras, levantando questões sobre inovações como o Pix. O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, em recente pronunciamento, descreveu a nova tarifa como “chantagem inaceitável” e ressaltou que o Brasil já havia buscado diálogo, apresentando propostas de negociação ao governo americano sem obter resposta. Ele expressou frustração com a abordagem unilateral dos EUA e classificou as informações disseminadas sobre o comércio entre os países como falsas.
Ao que parece, a relação comercial entre Brasil e Estados Unidos está em um momento crítico, onde as tarifas e as investigações comerciais têm o potencial de moldar o futuro das trocas comerciais entre as duas nações.