No entanto, apesar do interesse de investidores estrangeiros na primeira emissão dos chamados “títulos verdes” no valor de US$ 2 bilhões, o governo reconhece que a participação do capital privado internacional ainda enfrenta desafios devido às características econômicas de um país em desenvolvimento. Questões como instabilidade da moeda, falta de segurança para investimentos em longo prazo e altos custos de crédito precisam ser superadas para garantir a sustentabilidade econômica do plano.
Atualmente, apenas 6% dos recursos destinados a financiamento de longo prazo para iniciativas sustentáveis no Brasil têm origem no setor privado. Em comparação com países desenvolvidos, onde o capital privado garante 81% dos financiamentos de longo prazo, a participação do setor privado em países emergentes como o Brasil se mostra pequena.
Durante a presidência do Brasil no G20, o governo apresentou uma agenda de economia descarbonizada, conhecida como Eco Invest Brasil, com o objetivo de atrair investimentos da iniciativa privada internacional. Estratégias como linhas de financiamento disponibilizadas pelo Fundo Clima, fortalecido com R$ 10 bilhões em 2023, visam mobilizar o capital privado para estimular o crescimento do mercado de investimentos sustentáveis.
Para a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, é essencial resolver as barreiras que impedem a participação do setor privado na transformação ecológica para garantir o equilíbrio do planeta e a preservação da vida. A proposta do governo inclui quatro linhas de financiamento voltadas para ganhar a confiança do mercado de investimento internacional, com custo de crédito competitivo, prazos longos e proteção cambial para atrair investidores externos. Com a correta integração entre o setor público e privado, será possível impulsionar a economia verde e reduzir as emissões de CO2.