ECONOMIA – Novo limite do rotativo do cartão de crédito entra em vigor, mas especialistas alertam para manutenção dos altos juros.



O novo limite dos juros do rotativo do cartão de crédito entrou em vigor nesta quarta-feira (3) e já está causando impacto. Especialistas apontam que a medida é um passo importante para reduzir o endividamento no país, mas alertam que os consumidores devem tomar cuidado para não se endividarem ainda mais.

Quando o consumidor não paga o valor total da fatura do cartão de crédito até o vencimento, automaticamente entra no crédito rotativo, contraindo um empréstimo e começando a pagar juros sobre o valor que não conseguiu quitar. O problema é que a taxa do rotativo está entre as mais altas do mercado, chegando a uma média de 431,6% ao ano, de acordo com os dados mais recentes do Banco Central.

Agora, com a implementação do novo teto de 100% para os juros do rotativo, quem deixa de pagar uma fatura de R$ 100, por exemplo, pode ter que pagar, no máximo, o equivalente a R$ 200 após 12 meses. Essa mudança é vista como um avanço, mas também levanta a questão sobre a possibilidade de uma redução ainda maior das taxas de juros no futuro.

O diretor Executivo do Procon-SP, Luiz Orsatti Filho, acredita que a taxa idealmente deveria ser ainda menor, mas reconhece que a medida vai beneficiar o público em geral e não apenas os superendividados. Ele ressalta que, apesar do passo importante, o índice de juros ainda é muito alto e que há muito a caminhar para uma redução mais significativa.

Estatísticas revelam que três em cada quatro famílias no Brasil estão endividadas, com o cartão de crédito sendo o meio mais utilizado pelos devedores. A redução do juro do rotativo é considerada um passo importante para combater o endividamento, uma vez que as altas taxas contribuíam significativamente para a inadimplência.

Além disso, a medida também pode impactar o crescimento econômico do país, incentivando a redução das taxas de juros e, consequentemente, a expansão do crédito à população de menor renda. Pesquisas realizadas pelo Instituto Locomotiva destacam a importância do crédito para os brasileiros, que utilizam a modalidade para comprar bens essenciais e concretizar sonhos.

Contudo, a professora de finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV), Myrian Lund, alerta para a necessidade de uma educação financeira mais eficiente, indicando a redução do limite do cartão e a restrição ao parcelamento sem juros, salvo em casos de compras de maior valor. Lund enfatiza que é preciso adequar os gastos à capacidade de pagamento de cada consumidor.

Portanto, a implementação do novo limite dos juros do rotativo do cartão de crédito representa um avanço significativo na redução do endividamento no país, mas é necessário que os consumidores estejam atentos e adotem medidas de controle financeiro para evitar uma maior deterioração de sua situação financeira.

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