“A reforma tributária não é um projeto de governo. Um governo precisa, obviamente, impulsioná-la. Mas acho que um dos grandes méritos dessa reforma é que, apesar de eu ter anunciado como prioridade do meu primeiro ano de gestão, eu nunca a tomei para o governo”, afirmou Haddad.
A declaração do ministro vem logo após a aprovação do texto da reforma tributária pelo Senado, com um placar de 53 votos a favor e 24 contra. A proposta de emenda constitucional (PEC) terá, no entanto, que passar por nova votação na Câmara dos Deputados, já que sofreu alterações durante sua tramitação no Senado.
Haddad ressaltou seu respeito pelas duas casas do Congresso durante o processo de criação da reforma tributária, enfatizando que o trabalho foi coletivo e que não buscou se apropriar dele. Ele considera esse modelo de trabalho como um bom paradigma para futuros projetos.
Além disso, o ministro também abordou a questão da redução da taxa básica de juros, conhecida como taxa Selic, realizada pelo Banco Central na última semana. Segundo Haddad, o corte dos juros poderia ter iniciado mais cedo e ainda não teve impacto na economia.
“Acho que o ciclo [de queda] começou um pouco tarde. Acho que a gente poderia ter começado com 0,25, duas reuniões antes. Mas, ainda assim, o ciclo de corte, que começou em agosto, ainda não surtiu efeito”, comentou.
Dessa forma, o ministro da Fazenda fez um balanço positivo da construção da reforma tributária e reforçou a importância do espírito público, do desprendimento e da capacidade de negociação para avançar com as pautas econômicas em meio ao atual ambiente político no Brasil.