Fávaro expressou que, mesmo não sendo economista, tem uma visão clara da realidade econômica do país. Segundo ele, fatores como a inflação controlada e o crescimento econômico sustentado de 3% ao ano, que já ocorre há três anos consecutivos, refletem um cenário propício para que a taxa de juros não permaneça em níveis tão altos. Ao mencionar que a renda da população está aumentando e que o desemprego está em queda, o ministro questionou a lógica por trás da manutenção da Selic neste patamar elevado, destacando a ousadia do governo em traçar estratégias diante de um cenário tão positivo.
A crítica se estendeu à falta de justificativas concretas para a taxa de juros elevada, mencionando o respeito que tem pela diretoria do Banco Central, mas ressaltando que essa realidade dificulta a formação de um Plano Safra equilibrado. O ministro sublinhou que, com a Selic a 15%, alternativas como a poupança rural se tornam menos atraentes, uma vez que rendem apenas 6% ao ano. Isso, segundo ele, provoca uma migração de investimentos que pode comprometer a saúde financeira do agronegócio e favorecer um cenário onde o Brasil se transforme em uma “nação de rentistas”, onde um número significativo de cidadãos depende apenas de rendimentos passivos, em vez de se envolver na produção e no trabalho ativo.
Fávaro também mencionou a importância de uma construção sólida e robusta do orçamento, que se encontra restrito, e afirmou que, apesar dos desafios apresentados pela Selic elevada, a realização do Plano Safra é um passo relevante e necessário para garantir o avanço do setor agrícola. Em suma, as palavras do ministro ressaltam uma preocupação não apenas econômica, mas também social, voltada para o futuro do agronegócio brasileiro e o bem-estar da população.