Embora a comparação com o trimestre anterior, de abril a junho, tenha mostrado uma estabilidade nos lucros com apenas uma leve variação de R$ 3,784 bilhões, a situação aponta para um quadro desafiador. O banco enfatizou em nota que, apesar das pressões geradas pela inadimplência crescente, a geração de receitas está em ascensão. Um dos fatores destacados é o Programa Crédito do Trabalhador, que visa facilitar a contratação de crédito consignado para trabalhadores do setor privado.
Entretanto, as novas regras contábeis implementadas em janeiro deste ano, decorrentes de uma resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN), impactaram diretamente os resultados financeiros do banco. As alterações no modelo de provisões para perda esperada exigem que as instituições financeiras reconheçam receitas de forma diferente, afetando o diferencial de cálculos de receitas e despesas. Notavelmente, o BB deixou de reconhecer cerca de R$ 1 bilhão em receitas de crédito devido ao novo regime contábil, que só admite a contabilização quando o dinheiro efetivamente entra no caixa.
Outros desafios incluem o aumento no índice de inadimplência, que subiu para 4,93% no terceiro trimestre, impactado por setores como o agronegócio, onde o banco atua como um dos principais financiadores.
À vista de resultados abaixo do esperado, o Banco do Brasil revisou suas projeções financeiras para 2025, reduzindo as estimativas de lucro líquido ajustado de R$ 21 a R$ 25 bilhões para uma faixa entre R$ 18 a R$ 21 bilhões. O custo do crédito também foi reavaliado, subindo para a faixa entre R$ 59 e R$ 62 bilhões.
No que tange ao crédito, o BB observou uma retração nas operações, particularmente no segmento empresarial, resultando em uma diminuição de 1,2% na carteira de crédito ampliada, embora tenha registrado um crescimento de 7,5% em um ano.
As receitas de prestação de serviços totalizaram R$ 8,863 bilhões no último trimestre, enquanto as despesas administrativas subiram para R$ 9,812 bilhões, refletindo aumentos salariais e investimentos em tecnologia. Em resposta a este desempenho, o BB ajustou a distribuição de dividendos aos acionistas, diminuindo a parcela de 40% para 30%.









