Recordes Históricos na B3: Leilão de Barris de Petróleo Rende R$ 17 Bilhões à União
Nesta quarta-feira (31), a B3, Bolsa de Valores, foi palco de um evento histórico que resultou na quebra de diversos recordes. O leilão para a venda de 37,5 milhões de barris de petróleo pertencentes à União arrecadou impressionantes R$ 17 bilhões, superando em R$ 2 bilhões a previsão inicial. Com o maior número de empresas participantes na disputa – oito de dez habilitadas –, o leilão se firmou como um marco no setor energético brasileiro.
Tabita Loureiro, presidente interina da Pré-Sal Petróleo (PPSA), celebrou o resultado com entusiasmo. "O Brasil ganhou hoje medalha de ouro, porque conseguimos resultados extraordinários para a sociedade brasileira. O recorde de arrecadação nos surpreendeu pela presença dos investidores e gostaria de repetir o que o presidente Lula disse em 2019, que o pré-sal é uma dádiva de Deus," afirmou.
O montante de barris ofertados faz parte do sistema de partilha de produção, no qual a União recebe uma porcentagem do petróleo extraído pelas empresas exploradoras. Atualmente, essa oferta equivale a uma produção diária de 100 mil barris, mas a previsão é de que, até 2029, essa produção se multiplique por cinco, alcançando 500 mil barris por dia na Bacia de Santos.
"O que estamos vendo no leilão de hoje é apenas o começo. Em ofertas futuras, acreditamos que novos recordes serão estabelecidos, com arrecadações que podem chegar a 70, 80, 90 bilhões de reais," destacou Loureiro.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, oficializou os resultados do leilão, ressaltando que a exploração do pré-sal foi uma decisão estratégica do governo Lula. "A presença de múltiplos investidores no leilão é um sinal claro da confiança no potencial energético do Brasil," disse. Ele acentuou que os recursos gerados serão destinados ao fundo social, investimentos em saúde, educação e na redução da conta de energia elétrica, afirmando ainda que, "se nós não produzirmos petróleo, outro país venderá para nós."
Silveira também defendeu a continuidade da exploração de petróleo na margem equatorial e pediu diálogo entre todas as partes envolvidas.
Dez empresas foram habilitadas para o leilão, e oito participaram ativamente: CNOOC Petroleum Brasil, Galp Energia Brasil, Petrobras, PetroChina International Brasil Trading, PRIO Comercializadora, Refinaria de Mataripe, Shell Trading Brasil e TotalEnergies EP Brasil. O leilão foi divido em quatro lotes, três extraídos do campo de Mero e um do campo de Búzios. Todos os lotes foram arrematados por valores que superaram os deságios do terceiro leilão, com preços mínimos variando entre US$ 4,25 e US$ 4,40 por barril.
A Petrobras adquiriu o primeiro lote com um deságio de US$ 1,85, o segundo lote foi conquistado pela CNOOC com US$ 1,59 de deságio, o terceiro lote foi para a PetroChina com US$ 1,35 de deságio, e a Petrobras voltou a arrematar o quarto e último lote com um deságio de US$ 1,85.
Ao final do evento, Loureiro enfatizou que os R$ 17 bilhões arrecadados são o maior valor já pago pelo óleo da União. "Trabalhamos intensamente para aperfeiçoar o edital e a dinâmica do leilão, e o resultado é um excelente reflexo desse esforço," afirmou. Ela também anunciou um novo leilão para o próximo ano, visando a comercialização da produção de 2026. "Esse é apenas o começo. Em 2029, a produção dos contratos de partilha deve superar 500 mil barris por dia, gerando riqueza direta para o Fundo Social e, consequentemente, para o Brasil," concluiu.