O analista econômico responsável pela pesquisa adverte que, historicamente, o Brasil tem se mostrado aquém do necessário em termos de investimentos em infraestrutura. Em diversas áreas, os recursos alocados não são suficientes nem mesmo para cobrir a depreciação dos ativos existentes. Essa realidade se reflete em problemas palpáveis, como a deterioração de estradas, a instabilidade no fornecimento de energia elétrica e telecomunicações, além de deficiências graves no abastecimento de água e no tratamento de esgoto.
Os setores que devem experimentar um crescimento mais significativo nos investimentos este ano incluem saneamento básico e transportes. A previsão indica que aproximadamente 72,2% dos recursos destinados a melhorias em infraestrutura virão do setor privado, uma tendência que se fortaleceu desde 2019, quando a participação do capital privado ultrapassou a marca de 70%.
Apesar dos avanços nas últimas décadas, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que diversas deficiências ainda impedem o Brasil de competir de maneira eficaz no cenário internacional. Entre os principais obstáculos citados estão entraves regulatórios, a morosidade nos processos de licenciamento ambiental e a insuficiência dos investimentos.
Para mitigar essas questões, a CNI delineou oito pilares essenciais para a modernização da infraestrutura do país. Entre as sugestões estão a necessidade de tornar o investimento uma política de Estado, a melhoria da governança e a priorização de projetos que oferecem maior retorno social. Também é fundamental que se estabeleçam critérios rigorosos para a seleção de investimentos públicos e parcerias público-privadas, além de garantir maior segurança jurídica para atrair investidores privados.
A proposta de fortalecer a função do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na estruturação de projetos sustentáveis também é destacada. A proposta finaliza com o fortalecimento da intenção de elevar os investimentos em infraestrutura até que esses atinjam, ao menos, 4% do PIB. Essa meta é vista como essencial para que o Brasil possa desenvolver uma infraestrutura competitiva e eficiente, capaz de apoiar o crescimento sustentável da economia.