ECONOMIA – Intenção de compra das famílias tem alta, apesar de desafios atuais, aponta pesquisa da CNC em janeiro de 2025.



O índice que mede a intenção de compra das famílias (ICF) apresentou uma leve alta de 0,2% em janeiro, atingindo a marca de 104,9 pontos. Apesar de seguir a tendência de crescimento observada no mês anterior, o indicador registrou uma queda de 0,9% em relação a janeiro do ano anterior. Os dados foram divulgados hoje pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que realiza o levantamento mensalmente.

O ICF é uma ferramenta importante para medir o potencial de vendas do comércio, indicando o grau de satisfação ou insatisfação dos consumidores em relação à economia. Quando o índice ultrapassa os 100 pontos, é um sinal de que as famílias estão satisfeitas, mas se fica abaixo desse valor, indica insatisfação. Neste caso, o índice de janeiro sinaliza um cenário positivo, apontando para a confiança dos consumidores no futuro, mesmo diante dos desafios atuais.

A CNC identificou que as famílias de maior renda e as mulheres estão mais cautelosas em relação ao consumo. Os dados mostram que os consumidores com renda superior a 10 salários mínimos tiveram uma retração de 0,2% em janeiro, enquanto as famílias de menor poder aquisitivo avançaram 0,3%. Além disso, a intenção de consumo entre as mulheres apresentou uma queda de 1,4% em relação ao ano anterior, enquanto entre os homens essa redução foi de 0,4%.

Um dos fatores apontados para essa cautela no consumo é a restrição no acesso ao crédito, que vem impactando negativamente o mercado. Segundo o economista da CNC João Marcelo Costa, o aumento dos juros tem influenciado o comportamento dos consumidores, pois o crédito é um elemento fundamental para o crescimento do comércio.

Apesar disso, o indicador que avalia o momento para o consumo de bens duráveis teve um aumento de 1% em janeiro, mas ainda está abaixo dos 100 pontos, indicando insatisfação. Por outro lado, o subindicador que mede a satisfação com o emprego atual foi o mais bem avaliado, com 126,3 pontos, demonstrando a confiança dos consumidores no mercado de trabalho. Já a perspectiva profissional para os próximos meses também teve um crescimento de 0,3%, refletindo a esperança das famílias em uma melhora nas condições econômicas.

No entanto, no comparativo entre janeiro de 2025 e janeiro de 2024, o indicador de perspectiva profissional teve uma queda de 2,9%, sendo mais acentuada entre as mulheres, que apresentaram uma redução de 4,1%. Isso evidencia que as mulheres enfrentam desafios adicionais no cenário econômico atual, levando-as a adotar uma postura mais prudente em relação ao consumo.

Em suma, a pesquisa da CNC mostra que, apesar do cenário desafiador, as famílias brasileiras estão otimistas com o futuro, mas demonstram cautela na hora de realizar compras, devido principalmente à restrição no acesso ao crédito e às incertezas no mercado de trabalho. A análise dos dados revela um panorama interessante sobre a economia do país e as expectativas dos consumidores para os próximos meses.

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