Apesar da queda na taxa de inflação, é importante ressaltar que isso não significa que os preços diminuíram, mas sim que subiram em um ritmo menor. O custo da alimentação foi o principal fator que impulsionou o IPCA em novembro, com um aumento de 1,55% nesse segmento.
No acumulado dos últimos 12 meses, a inflação oficial do país atingiu 4,87%, superando a meta estabelecida pelo governo de 3%, com uma tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Esse é o maior acumulado desde setembro de 2023. Já no acumulado do ano, de janeiro a novembro, o IPCA registrou um aumento de 4,29%.
O gerente da pesquisa do IBGE, André Almeida, calcula que se o IPCA ultrapassar a marca de 0,20% em dezembro, a inflação ficará acima da meta estabelecida. Em novembro, outros itens que contribuíram para a alta da inflação foram as despesas pessoais, com um aumento de 1,43%, e os transportes, que registraram uma variação positiva de 0,89%.
Por outro lado, alguns produtos apresentaram queda de preços em novembro, como os combustíveis, que tiveram uma redução de 0,15%, influenciados pelas diminuições nos preços do etanol e da gasolina. A habitação também teve uma inflação negativa no mês, com destaque para a energia elétrica residencial, que caiu 6,27% devido à mudança na bandeira tarifária da conta de luz.
O IPCA apura o custo de vida para famílias com rendimentos entre um e 40 salários mínimos, com a coleta de preços realizada em diversas regiões metropolitanas do país. O comportamento do IPCA é um dos principais indicadores considerados pelo Banco Central na definição da taxa básica de juros, a Selic, que será discutida na última reunião do Copom deste ano, iniciada nesta terça-feira e com término previsto para quarta-feira. A expectativa é de que a inflação encerre o ano em 4,84% e a taxa de juros em 12%, influenciando a política monetária e econômica do país nos próximos anos.