ECONOMIA – Inflação do aluguel registra queda de 0,11% em 12 meses, a primeira deflação desde maio de 2024, impactando inquilinos e contratos de locação.

A inflação do aluguel, medida pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), fez história ao registrar um acumulado negativo de -0,11% nos últimos 12 meses, encerrando um ciclo de altas que perdurou até maio de 2024. Os dados, divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV), revelam um cenário de mudanças significativas no mercado imobiliário, onde inquilinos tanto residenciais como comerciais costumam acompanhar de perto as flutuações desse índice, uma vez que ele é frequentemente utilizado para calcular os reajustes anuais de contratos de aluguel.

No início do ano, em maio de 2024, a cifra era ainda mais negativa, com -0,34%, mas nos meses seguintes, o IGP-M voltou a apresentar taxas positivas, culminando em uma alta expressiva de 8,58% em março de 2025. Essa volatilidade reflete a dinâmica econômica local e o impacto dos preços no atacado, que, de acordo com Matheus Dias, economista do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), sofreram uma retração de 2,06%. Especificamente, foi observada uma queda acentuada nos preços de produtos industriais e agropecuários, o que contribuiu para a deflação acumulada.

O IGP-M é constituído de três componentes principais: o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que carrega o maior peso, respondendo por 60% do total; seguido pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), com 30%, e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC). Recentemente, o IPC apresentou uma alta de 3,95%, enquanto o INCC aumentou 6,41%, refletindo um panorama de preços em diversas esferas da economia.

Em novembro, o IGP-M registrou uma alta de 0,27%, revertendo a queda de outubro que havia marcado -0,36%. Contudo, ainda com esse aumento mensal, o acumulado anual passou de uma inflação de 0,92% em outubro para deflação, uma decisão que se explica pela exclusão do dado referente a novembro de 2024, quando a inflação do aluguel havia subido 1,30%.

Por fim, embora o IGP-M seja comumente associado à inflação do aluguel, sua configuração negativa não garante necessariamente uma redução nos aluguéis, especialmente em contratos que estipulam reajuste apenas em casos de variações positivas do índice. A FGV, responsável pela coleta de preços, abrange diversas cidades, entre elas São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, e realizou a medição do IGP-M entre 21 de outubro e 20 de novembro. O reflexo dessas oscilações pode ser sentido também em tarifas públicas e serviços essenciais, ampliando as implicações do índice no cotidiano da população.

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