Mesmo com o aumento registrado em setembro, o IGP-M, medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), acumula uma taxa de deflação de 4,93% ao longo deste ano e de 5,97% nos últimos 12 meses. Esse desempenho negativo reflete um cenário de queda generalizada nos preços de diversos produtos e serviços.
De acordo com o coordenador de Índices de Preços da FGV, André Braz, os índices de preços ao produtor e ao consumidor foram fortemente afetados pelo aumento dos preços dos combustíveis, que ocorreu em 16 de agosto. Essa elevação nos preços dos combustíveis foi resultado dos reajustes promovidos pela Petrobras em suas refinarias.
O Índice de Preços ao Produtor (IPP), que mede o atacado, registrou uma inflação de 0,41% em setembro, em comparação ao índice de -0,17% registrado no mês anterior. Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede o varejo, passou de -0,19% em agosto para 0,27% em setembro.
Em relação ao Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), houve uma variação de 0,24% em setembro, mantendo a mesma taxa do mês anterior. Esse índice é utilizado para acompanhar a evolução dos custos de materiais, mão de obra e serviços na área da construção civil.
A inflação registrada em setembro pelo IGP-M indica uma recuperação gradual dos preços no mercado, após vários meses de queda. No entanto, é importante ressaltar que as taxas de deflação acumuladas ao longo do ano e dos últimos 12 meses ainda são expressivas e demonstram uma fragilidade na economia do país. Os especialistas alertam que é necessário acompanhar de perto a evolução dos preços nos próximos meses para avaliar se essa alta é apenas pontual ou indica uma possível reversão na tendência de queda.