O IGP-M, popularmente conhecido como inflação do aluguel devido ao seu uso no cálculo dos reajustes anuais, teve uma reviravolta em 2023. Em contraste, o índice registrou 23,14% em 2020 e 17,78% em 2021. O ano passado demonstrou uma desaceleração, atingindo 5,45%, e agora, em 2023, o índice apresenta uma deflação significativa.
O cálculo do IGP-M se baseia em três grupos de preços: para o produtor, para o consumidor e para a construção civil. O maior impacto veio do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que caiu 5%, a menor taxa da série histórica. Os principais contribuintes para a deflação foram soja (-21,92%), milho (-30,02%) e óleo diesel (-16,57%).
No entanto, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) apresentou uma alta de 3,4% em 2023, impactando diretamente as famílias. Itens como gasolina (11,08%), plano de saúde (10,36%) e aluguel residencial (7,15%) foram os maiores influenciadores desse aumento.
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) também registrou um acréscimo de 3.32% ao longo do ano.
Apesar de ser conhecido como inflação do aluguel, a queda do IGP-M não garante automaticamente reajustes para baixo nos contratos de aluguel. Alguns contratos incluem a condição de “reajuste conforme variação positiva do IGP-M”, o que significa que só haverá reajuste se o índice for positivo.
A diminuição do IGP-M em 2023 marca uma mudança significativa em relação aos anos anteriores, sinalizando uma desaceleração importante na inflação. O impacto desse cenário será observado nos reajustes anuais e na economia como um todo.