ECONOMIA – Governo revoga aumento do IOF após críticas do mercado e mantém isenção para fundos nacionais e remessas para investimentos. Confusão provoca oscilações no dólar e na bolsa.



O governo brasileiro se viu obrigado a fazer um recuo significativo em relação a um decreto que visava aumentar e padronizar as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Aproximadamente seis horas após sua divulgação, a administração federal decidiu revogar parte dos aumentos previstos. A medida afetava diretamente aplicações de fundos nacionais no exterior, que permanecerão isentas, bem como as remessas de pessoas físicas ao exterior destinadas a investimentos, que manterão a alíquota de 1,1% por operação.

A reversão do decreto foi anunciada pelo Ministério da Fazenda em uma série de postagens nas redes sociais, destacando que a decisão ocorreu após um período de diálogo e uma análise técnica cuidadosa. O ministério se justificou afirmando que o ajuste na medida foi realizado “com equilíbrio”, reafirmando o compromisso do governo em ouvir os segmentos da sociedade e corrigir direções sempre que necessário.

Além disso, a pasta informou que irá restaurar a redação original de um dos incisos do decreto de 2007, que previa a alíquota zero de IOF para investimentos de fundos nacionais no exterior. Também será adicionado um esclarecimento sobre a continuidade da alíquota de 1,1% para remessas de pessoas físicas, mas detalhes sobre possíveis publicações no Diário Oficial ou estimativas de perda de arrecadação não foram fornecidos.

O plano inicial do governo era arrecadar R$ 20,5 bilhões em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026 com os novos ajustes, o que incluía também aumento de impostos para créditos a pessoas jurídicas e micro e pequenas empresas do Simples Nacional.

A situação exigiu uma reunião de emergência no Palácio do Planalto na mesma noite em que o recuo foi anunciado. O encontro foi convocado devido às reações adversas do mercado financeiro, exacerbadas pelo vazamento das medidas propostas. Curiosamente, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não participou da reunião, tendo viajado para São Paulo após o anúncio do congelamento de R$ 31,3 bilhões no orçamento de 2025.

O clima de instabilidade levou a uma alta imediata no valor do dólar, que subiu para R$ 5,66, enquanto a bolsa de valores enfrentou uma queda de 0,44% ao final do dia, revertendo uma leve alta que havia sido observada anteriormente. As tensões no mercado refletem a incerteza gerada pelas mudanças abruptas na política fiscal do governo, gerando uma expectativa cada vez maior sobre os impactos futuros das decisões tomadas.

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