O boletim analisa um cenário abrangente, que inclui 22 setores da economia. Sem a intervenção do governo, a estimativa é que aproximadamente 138 mil postos de trabalho poderiam ser perdidos, com a indústria sendo a mais afetada (71,5 mil vagas), seguida pelo setor de serviços (51,8 mil) e, em menor proporção, pela agropecuária (14,7 mil). Ao implementar as medidas, a perda de empregos pode ser contida em cerca de 65 mil.
Adicionalmente, a SPE projeta um impacto de 0,1 ponto percentual na inflação, resultando em uma leve diminuição nas previsões. A estimativa para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi reduzida de 4,9% para 4,8% para o ano de 2025. A dinâmica da balança comercial e a maior disponibilidade de produtos no mercado interno podem ajudar a equilibrar os efeitos negativos da tarifa sobre a economia.
As estimativas do governo não consideram possíveis choques de confiança e a volatilidade do mercado financeiro, focando somente na comparação entre uma tarifa de 50% e um cenário onde as tarifas seriam de apenas 10%.
No contexto das iniciativas governamentais, o programa Plano Brasil Soberano, que inclui o adiamento do pagamento de tributos e o incentivo à manutenção de empregos, busca mitigar os danos do tarifaço. Este plano oferece linhas de crédito com condições favoráveis aos exportadores, incluindo micro, pequenas e médias empresas. Esses recursos visam não apenas compensar a redução nas exportações para os EUA, mas também estimular a pesquisa por novos mercados e investimentos em ativos.
Por fim, cabe destacar que as tarifas, embora impactem certos setores, têm um efeito limitado sobre a economia como um todo, especialmente quando as compensações do Plano Brasil Soberano são levadas em consideração. A combinação de garantias, financiamento e incentivos governamentais pode facilitar o investimento em inovação e a diversificação do destino das exportações brasileiras.