A última vez que a Fitch elevou a nota do Brasil foi em julho do ano passado, quando a classificação do país passou de BB- para BB. Desde então, a agência manteve a nota e a perspectiva do Brasil. Dentre os pontos positivos citados pela agência para a manutenção da nota estão a diversificação da economia brasileira, alta renda per capita, finanças externas sólidas e baixa parcela da dívida em moeda estrangeira. No entanto, a Fitch fez algumas advertências em relação ao fraco crescimento potencial da economia, rigidez no Orçamento do governo e a crescente dívida pública.
A agência destacou a importância da continuidade das reformas nas despesas obrigatórias para reduzir o déficit público, mesmo após a aprovação do novo arcabouço fiscal. A incerteza sobre a redução dos grandes déficits orçamentários é vista como uma vulnerabilidade macroeconômica que pode afetar a confiança do mercado e a política monetária.
A Fitch projeta um déficit primário de 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano, enquanto o Ministério do Planejamento estimou um déficit de R$ 14,5 bilhões (0,1% do PIB). A agência ressaltou a necessidade de uma forte compressão das despesas discricionárias para cumprir o limite máximo de despesas obrigatórias.
A classificação da Fitch é uma das formas pelas quais a agência avalia o risco de crédito e o grau de investimento de países em todo o mundo. A nota do Brasil está atualmente duas classificações abaixo do grau de investimento, conferindo ao país um grau especulativo de moratória. As agências internacionais classificam o Brasil em diferentes níveis de risco de inadimplência, com a Moody’s posicionando o país dois níveis abaixo do grau de investimento desde 2016.