As exportações totalizaram aproximadamente US$ 31,97 bilhões, enquanto as importações alcançaram US$ 25,01 bilhões, resultando em um superávit comercial de US$ 6,96 bilhões. A retração nas vendas para os Estados Unidos foi um fenômeno notável, especialmente porque a América do Norte foi a única região a registrar diminuição nas exportações, com um recuo de 24,1%. Esse declínio deve-se, em grande parte, à drástica queda nas exportações de petróleo, que apresentaram uma diminuição de 82,6%, equivalendo a uma perda significativa de cerca de US$ 500 milhões.
Além da diminuição nas vendas de petróleo, outros segmentos como celulose, óleos combustíveis e aeronaves também tiveram quedas substanciais. O diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), destacou que até produtos que não foram tarifados sofreram retração, indicando que as tarifas não são o único fator em jogo.
Em contraste com a queda nas exportações para os EUA, o Brasil conseguiu compensar essa diminuição com um aumento significativo nas vendas para outras regiões, particularmente a Ásia, onde as exportações subiram 21,2%, impulsionadas por países como China, Índia, Cingapura e Filipinas. Produtos como soja e minério de ferro mostraram aumentos expressivos, o que reforça a tendência de diversificação das pautas exportadoras do país.
Na Europa, as vendas cresceram 7,6%, com destaque para minérios de cobre e carne bovina. A América do Sul também apresentou um desempenho favorável, com um aumento de 12,6% nas exportações. De acordo com dados do Mdic, as exportações brasileiras para os Estados Unidos vêm mostrando um padrão de queda contínua nos últimos três meses, o que pode indicar não apenas os efeitos diretos do tarifaço, mas também uma possível diminuição da demanda norte-americana.
Esse cenário, segundo os especialistas, pode sugerir que a retração nas exportações para os EUA abrange uma série de fatores que vão além das medidas tarifárias, incluindo uma avaliação mais ampla do mercado global e da economia norte-americana. A combinação dessas dinâmicas ressalta a importância da diversificação nas exportações brasileiras em um contexto de mercados em constante mudança.









