A OCDE ressalta que tanto as secas como as enchentes trazem prejuízos à infraestrutura brasileira. O aumento das temperaturas e as secas frequentes criarão desafios para o fornecimento de energia, em especial de fontes hidrelétricas. Por outro lado, as chuvas causam danos expressivos às cidades e ao transporte, sendo responsáveis pela maioria dos riscos naturais no Brasil.
De acordo com um estudo do Banco Mundial de 2021 citado pela OCDE, a mudança climática custa cerca de 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB) anualmente para as empresas do país. Grande parte desses prejuízos afeta as infraestruturas de transporte, fornecimento de energia e abastecimento de água. A queda no nível dos reservatórios das hidrelétricas entre 2013 e 2021 ameaçou o fornecimento de energia em um país onde dois terços da matriz energética estão associados às hidrelétricas.
Diante desse cenário, a OCDE propõe uma série de recomendações ao Brasil para enfrentar as mudanças climáticas. A organização destaca a necessidade de melhoria do planejamento, financiamento e entrega de projetos de infraestrutura para garantir uma resiliência climática eficaz. Além disso, defende a revisão das políticas urbanas para evitar novas construções em áreas de risco e a redução do impacto das mudanças climáticas.
Outra recomendação é o desenvolvimento do mercado de carbono, com aprimoramento dos mecanismos de precificação das emissões de gás carbônico, para reduzir as emissões. A OCDE também pede mais investimentos em transporte coletivo e o reforço do cumprimento da legislação contra o desmatamento.
Diante dessas recomendações, a OCDE estima que os investimentos para adaptar a infraestrutura às mudanças climáticas custem, em média, 0,8% do PIB por ano entre 2022 e 2030. Apesar do custo elevado, a organização destaca que os investimentos seriam compensados pela diminuição dos prejuízos e pelo retorno econômico. Em suma, as recomendações da OCDE visam garantir a resiliência da infraestrutura brasileira diante dos desafios impostos pelas mudanças climáticas.