ECONOMIA – Endividamento das famílias brasileiras cresce em março, com 78,1% com dívidas a vencer, aponta pesquisa da CNC.

O endividamento das famílias brasileiras teve um aumento significativo em março, de acordo com dados recentes da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). No mês, 78,1% das famílias relataram ter dívidas a vencer, o que representa um acréscimo de 0,2 ponto percentual em relação a fevereiro. Apesar disso, em comparação com março de 2023, o índice ficou 0,2 p.p. abaixo.

O presidente da CNC, José Roberto Tadros, destacou que o momento favorável dos juros, com custos mais baixos, tem contribuído para uma maior demanda das famílias por crédito, especialmente parcelado. No entanto, o percentual de consumidores considerados “muito endividados” registrou um aumento de 0,1 p.p., interrompendo a queda dos últimos quatro meses.

Por outro lado, houve um aumento no número de famílias classificadas como “pouco endividadas” em 0,2 p.p.. A quantidade de famílias com dívidas atrasadas também cresceu, em 0,5 p.p., após cinco meses de queda, atingindo 28,6% das famílias. Mesmo com o aumento, o indicador permaneceu abaixo do registrado em março de 2023.

A economista da CNC, Izis Ferreira, ressaltou que a elevação da inadimplência está relacionada ao crescimento do percentual de famílias que afirmam não ter condições de pagar as dívidas atrasadas, sendo este grupo o mais complexo dos inadimplentes.

Além disso, as famílias de baixa renda, com até 3 salários mínimos, foram as mais impactadas pelo aumento do endividamento, apresentando um acréscimo mensal de 0,5 p.p. e anual de 0,8 p.p.. Enquanto isso, as demais faixas de renda mostraram estabilidade ou redução nos percentuais. As famílias de baixa renda também foram as responsáveis pelo aumento das dívidas em atraso.

Em relação aos meios de endividamento, o cartão de crédito foi o mais utilizado, representando 86,9% dos endividados no mês. O crédito pessoal teve o maior crescimento, com um aumento de 1,6 p.p., seguido pelos financiamentos imobiliários e de carro, com acréscimo de 1,5 p.p. cada.

Em meio a esse cenário, as famílias buscaram ampliar o prazo para pagamento das dívidas, o que resultou em um aumento no tempo de comprometimento com as dívidas, atingindo 7,1 meses em março de 2023, o nível mais alto desde abril de 2022.

Por fim, o tempo médio de atraso das dívidas foi de 63,9 dias em março, com o percentual de famílias com dívidas em atraso por mais de 90 dias permanecendo em 47,5% pelo terceiro mês consecutivo. Em relação ao gênero, o endividamento cresceu mais entre os homens em comparação com as mulheres, tanto em relação a fevereiro quanto a março de 2023.

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