O ministro destacou que a medida imposta pela administração norte-americana, liderada por Donald Trump, não é uma questão isolada, mas uma política que impacta o cenário mundial. Segundo ele, tal aumento encarecerá produtos não apenas no Brasil, mas em todo o mercado internacional, o que pode comprometer a competitividade de várias economias.
Geraldo Alckmin também lembrou que o Brasil ocupa a posição de segundo maior comprador de carvão siderúrgico dos Estados Unidos, material que é processado e reexportado para consumo na produção de veículos, motores e aeronaves. Ele lamentou as consequências dessa nova realidade, mas ressaltou a importância de continuar o diálogo entre os dois países. Alckmin informou que um grupo de trabalho foi formado no Brasil, incluindo representantes do Ministério da Indústria e do Ministério de Relações Exteriores, para atuar na questão, e que o USTR, responsável pelo comércio externo dos EUA, também está envolvido nas negociações.
O vice-presidente reiterou que o Brasil segue uma política de tarifas zero para a maioria dos produtos que recebe dos EUA, mostrando uma postura contrária à recente decisão americana.
A nova sobretaxa, que surge menos de três meses após a imposição da primeira tarifa de 25%, é vista como uma manobra protecionista do governo norte-americano, que visa fortalecer sua indústria siderúrgica em uma tentativa de reindustrialização do país.
Diante dessa nova realidade, a Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) manifestou sua apreensão e pediu ao governo brasileiro que tome ações robustas para enfrentar tais medidas protecionistas. Em nota, a ABAL destacou a necessidade de um balanço cuidadoso entre a adoção de medidas emergenciais e uma visão estratégica para reposicionar o Brasil em um novo cenário global.
Além disso, o Instituto Aço Brasil, que representa o setor, também se pronunciou, defendendo a manutenção de um mecanismo de cotas que permita a importação de aço sem tarifas. A entidade enfatizou que a recuperação das exportações para os EUA nas condições anteriores seria benéfica tanto para o Brasil quanto para a indústria americana, alertando para as consequências que a falta de um acordo pode trazer para ambos os lados.