ECONOMIA – Dólar supera R$ 5,50 pela primeira vez em agosto e bolsa recua com tensões comerciais e preocupações fiscais no Brasil.

No dia de ontem, a instabilidade nos mercados, tanto nacional quanto internacional, gerou significativas movimentações no câmbio e nas bolsas brasileiras. O dólar comercial superou a marca de R$ 5,50, estabelecendo um recorde desde o início de agosto, ao fechar a R$ 5,503 — uma valorização de 2,38% em apenas um dia. O movimento do dólar foi surpreendente, já que a moeda iniciou o dia em queda, cotada a R$ 5,36, mas rapidamente inverteu a tendência logo nos primeiros minutos de negociação, atingindo seu pico pouco depois das 14h, quando chegou a R$ 5,51.

Esse aumento no câmbio reflete uma valorização de 3,39% em outubro e de 3,13% ao longo da semana. O desempenho do real, no entanto, foi considerado um dos piores entre as moedas emergentes, afetado pela escalada da tensão comercial entre os Estados Unidos e a China e pelas crescentes preocupações com as contas públicas brasileiras.

No cenário da bolsa de valores, a situação não foi diferente. O índice Ibovespa fechou com queda de 0,73%, alcançando 140.680 pontos — o menor patamar desde 3 de setembro. Em termos semanais, a perda acumulada é de 2,44%, enquanto no mês o recuo é de 3,8%.

As incertezas globais se intensificaram com as recente declarações do presidente dos Estados Unidos, que anunciou a intenção de aumentar tarifas sobre produtos chineses em resposta a novas restrições da China sobre exportações de terras raras, insumos essenciais para o setor tecnológico. Com o anúncio de uma nova tarifa de 100%, o mercado financeiro global enfrenta um cenário de elevada tensão, o que pode gerar reações adversas no início da semana.

Além disso, os preços do petróleo também sofreram a influência dessa instabilidade, com o tipo Brent caindo mais de 4% e fechando a US$ 62,73 o barril, o mais baixo em cinco meses. As bolsas americanas refletiram essa pressão, com quedas expressivas: o S&P 500 recuou 2,71%, o Nasdaq perdeu 3,56% e o Dow Jones caiu 1,88%. Como resposta a essa volatilidade, investidores direcionaram seus recursos para ativos considerados seguros, como ouro e títulos do Tesouro dos EUA.

No Brasil, a turbulência externa se somou a questões internas, como a derrubada de uma medida provisória que visava aumentar a tributação sobre investimentos, resultando em um rombo potencial de R$ 17 bilhões nas contas públicas para o próximo ano, um período marcado por eleições. O governo deverá discutir em breve alternativas para lidar com essa nova realidade fiscal.

Dessa forma, a combinação de fatores internos e externos tem gerado um ambiente de preocupação para investidores e analistas, que aguardam com expectativa os próximos movimentos do mercado e as estratégias do governo para enfrentar esses desafios.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!


Botão Voltar ao topo