ECONOMIA – Dólar atinge novo recorde de R$ 6,10 e presidente do Senado descarta reforma tributária da renda sem condições fiscais.



O dólar atingiu um novo recorde nesta sexta-feira (29), ultrapassando a marca dos R$ 6,10. Diante desse cenário, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), se pronunciou afirmando que a reforma tributária da renda não será realizada caso as condições fiscais não estejam adequadas. Segundo Pacheco, a questão da isenção do Imposto de Renda não é uma pauta imediata e só poderá ser implementada se o país tiver estabilidade fiscal.

Analistas do mercado financeiro relacionaram a alta do dólar com o anúncio do governo de isentar do Imposto de Renda os indivíduos que recebem até R$ 5 mil por mês, e também de taxar em 10% aqueles que ganham acima de R$ 50 mil. O diretor executivo do Brasil no Fundo Monetário Internacional (FMI) e professor de economia, André Roncaglia, destacou que a reação negativa do mercado se deve à incerteza em relação à tributação dos mais ricos, que atualmente não pagam impostos sobre dividendos.

O economista César Bergo, da Universidade de Brasília (UnB), apontou que o mercado exagerou na reação, visto que as propostas de isenção do Imposto de Renda só serão discutidas em 2025 e possivelmente entrarão em vigor em 2026. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, assegurou que as reformas tributárias em debate têm o objetivo de serem fisicamente neutras, ou seja, o que for isentado de um lado será compensado do outro.

Além disso, Pacheco destacou a importância do apoio do Congresso Nacional às medidas de controle de gastos, que visam reduzir despesas em cerca de R$ 70 bilhões nos próximos dois anos e até R$ 327 bilhões em cinco anos. O presidente do Senado ressaltou que tais medidas são fundamentais para garantir a responsabilidade fiscal do país, representando o início de uma jornada nesse sentido.

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