ECONOMIA – Dívida Pública Federal atinge R$ 7,7 trilhões, pressionada pela alta dos juros e novas emissões, enquanto colchão financeiro também registra queda significativa.



A Dívida Pública Federal (DPF) do Brasil, impulsionada pelo aumento das taxas de juros, atingiu a marca de R$ 7,67 trilhões em maio, uma elevação de 0,71% em relação aos R$ 7,617 trilhões registrados em abril. Esses dados foram divulgados pelo Tesouro Nacional, revelando uma realidade complexa da economia nacional.

Esse crescimento na dívida não é uma novidade, uma vez que, em junho do ano passado, a DPF ultrapassou pela primeira vez a marca de R$ 7 trilhões. Apesar da alta registrada em maio, a dívida ainda permanece abaixo das previsões estabelecidas no Plano Anual de Financiamento (PAF), que indicam um possível fechamento entre R$ 8,1 trilhões e R$ 8,5 trilhões até 2025.

Seguindo essa tendência, a Dívida Pública Mobiliária Interna (DPMFi), que abrange os títulos, também experimentou um leve aumento de 0,7%, indo de R$ 7,31 trilhões em abril para R$ 7,361 trilhões em maio. O resgate de R$ 25,03 bilhões em títulos superou as emissões, resultado do período intenso de títulos relacionados ao índice de preços. Entretanto, a dívida interna cresceu devido a uma apropriação de R$ 75,86 bilhões em juros, referente à correção mensal dos títulos. Com a Selic em 15% ao ano, essa apropriação pressiona ainda mais o endividamento do governo.

A Dívida Pública Externa (DPFe) também apresentou aumento, subindo 0,99% de R$ 306,13 bilhões em abril para R$ 309,17 bilhões em maio, principalmente influenciada pela alta quase 1% do dólar durante o mesmo período.

No que diz respeito ao colchão da dívida pública, uma reserva financeira destinada a enfrentar momentos de crise, houve uma queda de R$ 904 bilhões em abril para R$ 861 bilhões em maio, representando uma cobertura de 8,77 meses de vencimentos de dívida. Para os próximos doze meses, espera-se um vencimento significativo de R$ 1,229 trilhão em títulos federais.

A dinâmica da DPF também revelou uma alteração em sua composição. A participação de títulos corrigidos pela inflação diminuiu de 28,46% para 26,64%, enquanto a proporção de papéis prefixados aumentou de 20,23% para 21,1%. Além disso, os títulos atrelados à Selic ganharam protagonismo, indo de 47,3% para 48,25%.

Com relação ao prazo médio da DPF, ele subiu ligeiramente de 4,17 para 4,20 anos, indicando uma maior confiança dos investidores na capacidade do governo de cumprir seus compromissos financeiros. Nesse cenário, as instituições financeiras permanecem como os maiores detentores da dívida interna, seguidas por fundos de pensão e de investimento. Notável é a leve recuperação da participação de investidores não residentes, que passou de 9,7% para 9,9% em um período marcado por incertezas no mercado externo.

O governo, ao emitir dívida pública, busca captar recursos para honrar compromissos financeiros, garantindo aos investidores a correção de suas aplicações, que podem estar atreladas a diversos indicadores, como a Selic, a inflação e o câmbio. Em suma, a persistente alta da DPF ilustra os desafios enfrentados pela administração pública em um cenário econômico volátil.

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