ECONOMIA – Déficit Primário do Setor Público Atinge R$ 17,3 Bilhões em Agosto, Mas Reduz em Relação ao Ano Anterior

As contas públicas do Brasil encerraram o mês de agosto de 2025 com um saldo negativo, refletindo um cenário de déficit em todas as esferas governamentais. O setor público consolidado, que abrange a União, estados, municípios e empresas estatais, registrou um déficit primário de R$ 17,255 bilhões no mês. Esse resultado, embora negativo, demonstra uma melhoria em relação ao mesmo mês do ano anterior, quando o déficit alcançou R$ 21,425 bilhões. Essa diferença se deve ao crescimento das receitas, que superou o aumento das despesas no período.

De acordo com os últimos dados disponibilizados, no acumulado de 2025, o setor público apresenta um déficit total de R$ 61,792 bilhões. Esse valor contrasta com o acumulado de R$ 86,222 bilhões verificado nos oito primeiros meses de 2024, evidenciando uma leve recuperação nas contas públicas. Nos últimos 12 meses, com dados até agosto, o déficit totalizou R$ 23,123 bilhões, representando 0,19% do Produto Interno Bruto (PIB).

Em termos de esferas governamentais, o Governo Central registrou um déficit primário de R$ 15,934 bilhões em agosto, também inferior ao resultado negativo de R$ 22,329 bilhões do mesmo mês em 2024. Em contraste, os governos regionais — estaduais e municipais — apresentaram um déficit de R$ 1,314 bilhão, revertendo o superávit de R$ 435 milhões do ano anterior. As empresas estatais, com exceção da Petrobras e Eletrobras, contribuíram com um resultado negativo de R$ 6 milhões em agosto, enquanto no mesmo período de 2024 haviam registrado um superávit.

Os gastos com juros também impactaram as contas, totalizando R$ 74,261 bilhões em agosto, representando um aumento considerável em relação aos R$ 68,955 bilhões do mesmo mês em 2024. Essa evolução se deve, em parte, às operações do Banco Central no mercado de câmbio, que alteraram a conta de juros.

O resultado nominal, que inclui os gastos com juros, apresentou um leve aumento de R$ 91,516 bilhões, em comparação aos R$ 90,381 bilhões do ano anterior. Nos 12 meses encerrados em agosto, o déficit nominal acumulou R$ 969,627 bilhões, equivalendo a 7,81% do PIB, um indicador monitorado de perto por agências de classificação de risco e investidores.

Quanto à dívida pública, a dívida líquida do setor público atingiu R$ 7,969 trilhões em agosto, representando 64,2% do PIB, um aumento em relação ao mês anterior, motivado pelo déficit e pela apreciação cambial. Também se registrou um crescimento na dívida bruta, que alcançou R$ 9,619 trilhões, o que corresponde a 77,5% do PIB. Essa elevação reforça a necessidade de acompanhamento cuidadoso das finanças públicas e seus reflexos na economia nacional.

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