Esse déficit registrado em maio é o segundo pior desde 2020, início da pandemia de covid-19, quando alcançou R$ 126,635 bilhões. Vale ressaltar que o resultado foi ainda pior do que o esperado pelas instituições financeiras, que projetavam um déficit de R$ 38,5 bilhões para o mês em questão.
Nos primeiros cinco meses do ano, o Governo Central acumula um déficit primário de R$ 30 bilhões, diferente do mesmo período do ano passado, quando obteve um superávit de R$ 1,834 bilhão. O déficit primário é a diferença entre as receitas e os gastos, sem incluir o pagamento dos juros da dívida pública.
Para cumprir a meta fiscal estabelecida pela Lei de Diretrizes Orçamentárias de déficit primário zero, com margem de tolerância de 0,25 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB), o governo precisará reverter o cenário atual. Em maio, o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas projetou um déficit primário de R$ 14,5 bilhões para o Governo Central.
As receitas tiveram um aumento em relação ao mesmo período do ano anterior, porém, as despesas cresceram em um volume ainda maior devido às antecipações do décimo terceiro do INSS e dos gastos com o Bolsa Família. O déficit registrado ocorreu mesmo com a arrecadação federal recorde em maio.
No que diz respeito aos gastos, as maiores altas foram nos gastos com a Previdência Social e no novo Bolsa Família. Houveram ainda aumentos nos gastos discricionários e com o funcionalismo público. Por outro lado, os investimentos em obras públicas e compra de equipamentos tiveram um crescimento significativo em relação ao ano anterior. A volatilidade nesse setor tem sido atribuída ao ritmo variável no fluxo de obras públicas.
Mesmo com a arrecadação recorde, o cenário é desafiador e demanda medidas para reverter o déficit e alcançar a meta fiscal estabelecida para o ano.