ECONOMIA – Déficit primário de R$ 44,3 bilhões em junho indica piora nas contas do Governo Central e pressiona compromissos fiscais para os próximos meses.

Em um cenário fiscal desafiador, as contas do Governo Central, que incluem o Tesouro Nacional, a Previdência Social e o Banco Central, apresentaram um déficit primário de R$ 44,296 bilhões em junho. Este valor, que exclui os dividendos das estatais, sinaliza uma deterioração em relação ao mesmo período do ano anterior, quando o déficit foi de R$ 38,721 bilhões. Ao considerar a inflação, o resultado de junho representou uma alta de 8,6% nas contas públicas.

Este déficit primário se posiciona como o quarto maior já registrado para o mês de junho, superado apenas por anos anteriores como 2023, 2021 e 2020. Vale destacar que o número veio acima das previsões do mercado, que esperavam um déficit de R$ 39,9 bilhões, conforme indicado por pesquisas regulares do Ministério da Fazenda. Com isso, o acumulado do ano também passou a ser negativo, refletindo um déficit primário de R$ 11,46 bilhões nos primeiros seis meses de 2025, embora essa cifra represente uma melhora em comparação ao déficit de R$ 67,373 bilhões no mesmo período do ano passado.

O conceito de déficit primário refere-se à diferença entre receitas e despesas do governo, desconsiderando os pagamentos de juros da dívida. A atual legislação fiscal estabelece uma meta de déficit primário zero, com uma margem de tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB, o que equivaleria a um limite inferior de até R$ 31 bilhões.

Além disso, o mês de julho reserva o pagamento de R$ 63 bilhões em precatórios, dívida proveniente de sentenças judiciais, um montante revisado para baixo em relação à previsão anterior de R$ 69 bilhões. Em 2024, o governo já havia antecipado esses pagamentos para fevereiro.

As receitas totais do governo em junho crescem em um ritmo inferior às despesas. Enquanto as receitas líquidas subiram 5,2%, as despesas totais aumentaram 7%, pressionadas principalmente pela Previdência Social e por outros benefícios sociais. Os gastos obrigatórios e com o funcionalismo público também apresentaram elevações significativas. Os investimentos, que abrangem obras públicas e aquisição de equipamentos, totalizaram R$ 28,725 bilhões nos primeiros seis meses do ano, representando uma redução de 14,4% em termos reais, refletindo dificuldades no fluxo de obras.

Esse panorama fiscal evidencia a complexidade enfrentada pelo governo, que busca equilibrar receitas e despesas em um ambiente econômico repleto de desafios.

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