ECONOMIA – Criação de empregos formais despenca em julho, registrando a pior performance desde 2020 e queda de 32,2% em relação ao ano anterior.

Em meio a um cenário de juros elevados e uma economia em desaceleração, a criação de empregos formais no Brasil registrou uma significativa queda em julho. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), vinculados ao Ministério do Trabalho e Emprego, indicam que foram abertos 129.778 postos formais no período, refletindo uma leve diferença entre contratações e demissões.

Esse número representa a menor taxa de criação de empregos em um mês de julho desde 2020, quando foram contabilizadas 108.476 novas vagas, segundo a metodologia atual adotada pelo Caged. Além disso, a criação de empregos no último mês caiu 32,2% em comparação com o mesmo mês do ano anterior, que contabilizou 191.373 novos postos, considerando os ajustes necessários.

Ao analisar os primeiros sete meses do ano, o país abriu 1.347.807 vagas, um número 10,35% inferior ao mesmo período de 2022 e o menor desde 2023. Enquanto isso, no ano passado, foram criados 1.311.751 postos no mesmo intervalo. É importante destacar que a nova metodologia do Caged não possibilita comparações com dados anteriores a 2020.

No que diz respeito à distribuição setorial, todos os cinco segmentos analisados tiveram saldo positivo em julho. O setor de serviços destacou-se na criação de empregos, com a abertura de 50.159 postos, seguido pelo comércio, que gerou 27.325 novas vagas. A indústria, que abrange transformação, extração e outras atividades, criou 24.426 postos, enquanto a construção civil gerou 19.066 novas oportunidades. Em contraste, a agropecuária, influenciada pelo término da safra, encerrou o mês com 8.795 novas vagas, posicionando-se em quinto lugar.

Analisando mais detalhadamente, o setor de serviços foi impulsionado principalmente pelas áreas de informação, comunicação e atividades financeiras, que abriram 26.718 postos. Já o segmento de transporte, armazenagem e correios gerou 11.668 novas vagas.

Em relação à indústria, a transformação se destacou pela criação de 22.834 postos a mais do que demissões, enquanto a indústria extrativa conseguiu abrir 1.786 novas vagas, embora o segmento de água, esgoto e gestão de resíduos tenha enfrentado um saldo negativo de 704 postos.

Em termos regionais, todas as cinco regiões do Brasil apresentaram crescimento no emprego formal em julho. O Sudeste liderou com a adição de 50.033 postos, seguido pelo Nordeste com 39.038, o Centro-Oeste com 21.263, o Sul com 11.337 e o Norte com 8.128 novas vagas. Entre os estados, 25 das 27 unidades federativas mostraram saldo positivo, com destaque para São Paulo, que criou 42.798 postos; Mato Grosso, com 9.540; e Bahia, que adicionou 9.436 novas vagas. Contudo, Tocantins e Espírito Santo foram as únicas unidades que encerraram o mês com números negativos, resultantes de cortes significativos de postos, especialmente devido ao fim da safra de café.

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