Os financiamentos realizados pelo Banco do Nordeste (BNB) para agricultores familiares em Alagoas somaram R$ 382,4 milhões de janeiro a outubro deste ano, um crescimento de 50% em relação ao mesmo período de 2023. O montante corresponde a cerca de 27 mil operações de crédito realizadas em todo o estado. Para o superintendente estadual do BNB em Alagoas, Sidniei Reis, os números destacam a relevância do segmento para a instituição. “O Banco considera esse público prioritário por sua relevância social e econômica, disponibilizando diversas linhas de financiamento com taxas e prazos diferenciados, além de oferecer orientação para a aplicação dos recursos, como acontece no Agroamigo, nosso Programa de Microcrédito Produtivo e Orientado”, afirmou.
Reis enfatizou que 70% dos alimentos consumidos pelos brasileiros têm origem na agricultura familiar e destacou o compromisso do BNB em fortalecer sua atuação no setor. Em 2025, o banco planeja expandir o Agroamigo em Alagoas, com novos pontos de atendimento e mais agentes de microcrédito para atender um número maior de agricultores. Dos R$ 382,4 milhões destinados aos agricultores familiares em 2024, R$ 341,4 milhões foram contratados via Agroamigo, voltado ao microcrédito rural. O programa, que já acumula 19 anos de existência, combina taxas de juros reduzidas, a partir de 0,5% ao ano, com o acompanhamento de agentes de microcrédito que auxiliam os beneficiários na aplicação adequada dos recursos.
As linhas de crédito abrangem diversas finalidades, como apoio à mulher agricultora, agroecologia, conectividade no campo, energia solar e programas voltados ao jovem agricultor. O agricultor José Cícero de Souza Cavalcante, do município de Igaci, é um exemplo dos impactos positivos do Agroamigo. Atendido pela agência do BNB em Palmeira dos Índios, ele diversificou a produção em sua propriedade com o apoio do programa, passando da apicultura para a caprinocultura. Com o financiamento, José Cícero ampliou seu rebanho de sete para 35 cabras, cujos subprodutos são utilizados de forma sustentável: o esterco serve como adubo para a horta orgânica, e o leite é comercializado em feiras, chegando a uma produção diária de 45 litros. Além disso, ele integra um grupo de 15 produtores que criou um banco de forragem para alimentar os animais.
A trajetória do agricultor foi reconhecida com o Prêmio Banco do Nordeste de Microfinanças, na categoria Agroamigo – Sustentabilidade, entregue em um evento na capital alagoana no dia 25 de novembro. A cerimônia contou com a presença do presidente do BNB, Paulo Câmara. “Produzimos um alimento de qualidade, sem veneno. O bom remédio é o alimento de verdade”, afirmou José Cícero, orgulhoso de sua produção e do apoio recebido.