Os dados foram divulgados pelo Banco Central em Brasília. Ao longo de 12 meses, as contas acumulam um déficit primário de R$ 131,364 bilhões, correspondendo a 1,22% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2022, as contas públicas fecharam o ano com um superávit de R$ 125,994 bilhões, o equivalente a 1,27% do PIB.
No mês de novembro do ano passado, as contas do Governo Central registraram um déficit primário de R$ 38,923 bilhões, o pior resultado desde novembro de 2016. Esse cenário foi impulsionado pelo aumento das despesas em comparação com a arrecadação. No entanto, é importante ressaltar que o montante do déficit difere do resultado divulgado pelo Tesouro Nacional, já que o Banco Central utiliza uma metodologia diferente que leva em conta a variação da dívida dos entes públicos.
Além disso, os governos regionais, estaduais e municipais, tiveram um superávit em novembro de 2023, impactados por transferências extraordinárias da União. As empresas estatais também apresentaram um déficit primário no mesmo período.
As despesas com juros atingiram R$ 43,617 bilhões em novembro de 2023, com impactos das operações do Banco Central no mercado de câmbio. O resultado nominal das contas públicas, formado pelo resultado primário e os gastos com juros, cresceu na comparação interanual.
A dívida líquida do setor público atingiu R$ 6,424 trilhões, correspondendo a 59,5% do PIB, enquanto a dívida bruta do governo geral chegou a R$ 7,972 trilhões, equivalente a 73,8% do PIB. Ambos os indicadores são relevantes para análises econômicas e de risco de investimentos.
Esse cenário das contas públicas preocupa, já que impacta diretamente a saúde econômica do país e é acompanhado de perto por investidores e agências de risco. Resta aguardar as próximas ações do governo para reverter esse quadro e buscar o equilíbrio das contas públicas.