Os ânimos se aqueceram especialmente durante a segunda rodada de perguntas, quando os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) e Carlos Jordy (PL-RJ) criticaram abertamente o governo, acusando-o de irresponsabilidade fiscal e alegando que as medidas apresentadas não são suficientes para equilibrar as contas públicas. Entretanto, ao invés de esperar a resposta do ministro, ambos abandonaram a audiência, o que gerou a indignação de Haddad. Em sua intervenção, o ministro não poupou críticas à atitude dos parlamentares, classificando-a como uma “molecagem”. Ele lamentou que a ausência de diálogo poderia prejudicar o debate democrático necessário para a pauta.
A situação se complicou ainda mais com o retorno de Carlos Jordy ao plenário, onde ele exigiu o direito de resposta e atacou Haddad de forma agressiva. Acusou o ministro de ser imaturo pelo cargo que ocupa e por sua formação acadêmica, questionando sua capacidade de liderar a equipe econômica do país e chamando o governo de Lula de “pior do que uma pandemia”. Esse embate acirrado culminou em um bate-boca, envolvendo outros deputados que tentavam intervir no debate, mas sem sucesso.
O clima tensional acabou levando à decisão do deputado Rogério Correia (PT-MG), que presidia a audiência, de encerrá-la antes da terceira rodada de perguntas. Haddad, durante sua fala inicial, já havia rebatido as críticas sobre a situação das contas públicas, destacando que o superávit primário registrado em 2022, último ano da administração anterior, foi gerado a partir de manobras que comprometeram a saúde fiscal do país. O ministro também citou a devolução de recursos relacionados à política de preços de combustíveis e os altos dividendos recebidos da Petrobras como partes cruciais da gestão econômica.
Esses desentendimentos refletem um cenário político marcado por tensões e discordâncias, onde a busca por soluções viáveis para a economia do país se choca com as disputas partidárias e a falta de articulação entre governo e oposição.