Os números apresentados pela Oxfam mostram que os bilionários, cerca de 2.900 pessoas, enriqueceram em média US$ 2 milhões por dia. Já os dez mais ricos do mundo enriqueceram em média US$ 100 milhões por dia. Essa desigualdade extrema é evidenciada pelo fato de que uma pessoa que receba um salário mínimo no Brasil levaria 109 anos para acumular R$ 2 milhões e 650 anos para atingir a marca de US$ 2 milhões.
O relatório ainda alerta para a previsão de que, se as tendências atuais persistirem, o número de trilionários no mundo pode aumentar significativamente. Enquanto isso, a parcela mais vulnerável da população, representada pelos 44% mais pobres do mundo, vive com menos de US$ 6,85 por dia.
No contexto brasileiro, a situação não é diferente. De acordo com Viviana Santiago, diretora executiva da Oxfam Brasil, a desigualdade no país é evidente não apenas pela pobreza, mas também pela concentração de riqueza nas mãos de poucos. Durante a pandemia, enquanto milhões de brasileiros enfrentavam dificuldades financeiras, dez novos bilionários surgiram no país. Menos de 100 pessoas detêm um patrimônio de R$ 146 bilhões no Brasil.
Diante desse cenário alarmante, a Oxfam propõe medidas para reduzir a desigualdade, reparar as feridas do colonialismo, acabar com sistemas de exploração modernos, tributar os mais ricos e promover a cooperação e solidariedade entre os países do Sul Global. A organização enfatiza a importância de ações concretas para combater a concentração de riqueza e promover um mundo mais justo e igualitário.