Os especialistas destacam que a decisão de manter a taxa básica de juros da economia, a Selic, em patamares elevados ao longo de 2023 foi parte de uma estratégia para desestimular a economia e, consequentemente, combater a inflação. Gilberto Braga, economista e professor do Ibmec, ressalta que a manutenção da Selic em níveis elevados foi acertada, mas destaca que ainda existem pressões de aumento em alguns grupos de preços, como os aluguéis. No entanto, o preço dos alimentos, de forma geral, vem caindo, o que contrabalança de maneira positiva essas pressões.
Quanto ao comportamento das commodities agrícolas e minerais, o pesquisador André Braz, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas, aponta que a queda significativa nos preços de produtos como soja e milho teve um impacto positivo na inflação. Ele destaca que essa queda ajudou a compensar os aumentos observados em anos anteriores, marcados por um contexto inflacionário causado pela pandemia.
Para o ano de 2024, os especialistas demonstram otimismo, esperando que o comportamento dos preços e a inflação continuem em queda. No entanto, destacam o impacto de fatores externos, como os conflitos bélicos envolvendo a Rússia e a Ucrânia, além de preocupações com o fenômeno climático El Niño, que pode afetar as safras e, consequentemente, os preços ao consumidor.
Apesar dos desafios previstos para 2024, como a situação fiscal do governo e a alta taxa básica de juros, os especialistas acreditam que a inflação seguirá controlada o suficiente para permitir cortes na Selic ao longo do ano. A expectativa é que a Selic encerre o ano de 2024 em torno de 9%, possibilitando uma redução nos custos de crédito e estimulando o crescimento econômico.