ECONOMIA – Ceará toma medidas contra tarifas americanas de 50% em exportações, visando apoiar trabalhadores e empresas afetados pela guerra comercial com os EUA.

Na quarta-feira, 4 de outubro, o Governo do Estado do Ceará formalizou a implementação do Decreto 36.828/2025, que visa intensificar as ações de mitigação em resposta ao aumento das tarifas de importação imposto pelos Estados Unidos, a partir de agosto deste ano. Este decreto, assinado pelo governador Elmano de Freitas, reconhece oficialmente a situação de emergência provocada por essa elevação tarifária, numa manobra que pode ter profundas implicações para a economia cearense.

O Ceará, estado que tem os Estados Unidos como seu principal destino para exportações – com mais de 44% do volume total – vê-se em uma posição complicada. Os produtos cearenses, que vão desde siderurgia a frutas, pescados e equipamentos de energia renovável, são significativamente afetados pelo aumento de 50% nas tarifas, uma medida que atinge em cheio sua dinâmica comercial. O impacto do novo cenário é alarmante, uma vez que mais de 90% das exportações cearenses para o mercado americano não são abrangidas pelas exceções do decreto federal publicado nos Estados Unidos.

Para tentar aliviar essa pressão, o governo estadual lançou, até o dia 5 de outubro, um edital voltado a empresas do setor alimentício. A proposta consiste na compra de produtos de empresas que comprovarem uma queda nas exportações para os EUA em relação à média do segundo semestre de 2024. Entre os itens que poderão ser adquiridos estão mel, castanhas, filé de peixe, água de coco e cajuína, buscando compensar as perdas e sustentar a produção local.

Vale destacar que as tarifas impostas pelo governo americano são uma parte das recentes políticas comerciais mais rigorosas adotadas sob a administração do ex-presidente Donald Trump. Essas tarifas têm gerado uma série de tensões entre os dois países, refletindo um clima de incerteza não apenas nos mercados, mas também nas relações diplomáticas. Além das sobretaxas, o governo dos Estados Unidos tem investigado práticas comerciais brasileiras e imposto sanções financeiras a autoridades em função de questões políticas internas, aumentando a complexidade do cenário.

Essas situações exacerbam as dificuldades enfrentadas pelos exportadores cearenses, ao mesmo tempo que colocam em evidência o desdobramento de conflitos políticos que vão além das barreiras comerciais. O Ceará, portanto, busca alternativas em um contexto de incerteza, ao mesmo tempo em que enfrenta a urgência de proteger sua economia local e seus trabalhadores.

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