No total, foram registrados depósitos de R$ 365,7 bilhões, enquanto os saques alcançaram R$ 363,5 bilhões. Além desse movimento, os rendimentos creditados durante o período somaram R$ 6,4 bilhões, elevando o saldo geral da poupança para pouco mais de R$ 1 trilhão. Este crescimento vem após um período desafiador, onde os quatro primeiros meses do ano apresentaram um saldo líquido negativo significativo, totalizando R$ 49,6 bilhões em retiradas até agora em 2025.
Observando um panorama mais amplo, nos anos anteriores, a caderneta tem enfrentado uma tendência de mais saques do que depósitos. Em 2023 e 2024, os números de retiradas líquidas superaram os depósitos em R$ 87,8 bilhões e R$ 15,5 bilhões, respectivamente. Essa situação tem sido influenciada pela alta na taxa Selic, que atualmente se encontra em 15% ao ano, um patamar que tem atraído investidores para opções de aplicação que oferecem rendimentos superiores.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que recentemente decidiu manter a Selic elevada, considera que esta taxa deve permanecer em vigência por um período prolongado enquanto observa os efeitos dessa decisão sobre a economia. Em suas reuniões, o Copom não descartou a possibilidade de novos aumentos nas taxas caso a inflação mostre sinais de crescimento. Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic permaneça estagnada neste nível até o final de 2025.
Assim, a recuperação da caderneta de poupança sugere um movimento de retorno dos investidores a essa forma de investimento, embora a pressão das altas taxas de juros continue a moldar o comportamento dos poupadores. A situação demanda uma atenção cuidadosa, tanto para o governo quanto para os investidores, diante das flutuações econômicas.