O Sistema de Valores a Receber foi criado pelo Banco Central com o objetivo de permitir que cidadãos, empresas ou representantes legais possam consultar e resgatar recursos esquecidos em bancos, consórcios ou outras instituições financeiras. Também é possível verificar valores pertencentes a pessoas falecidas, mediante comprovação de herança, testamento ou representação legal.
Os dados do SVR são divulgados com um intervalo de dois meses. Até o final de junho, 21.655.768 correntistas conseguiram resgatar seus valores, representando menos da metade do total de 66.362.955 correntistas listados pelo sistema desde a sua implementação em fevereiro de 2022. Dentre os que já retiraram os valores, 20.146.702 são pessoas físicas e 1.509.066 são pessoas jurídicas. Já entre os que ainda não realizaram o resgate, encontram-se 41.285.530 pessoas físicas e 3.421.657 pessoas jurídicas.
A maior parte dos valores não resgatados envolve pequenas quantias. Beneficiários com valor a receber de até R$ 10 representam 63,1% do total. Aqueles que têm entre R$ 10,01 e R$ 100 a resgatar correspondem a 25,06%, enquanto os que possuem valores entre R$ 100,01 e R$ 1 mil somam 10,04%. Apenas 1,8% dos correntistas têm direito a valores superiores a R$ 1 mil.
Em junho, os saques totalizaram R$ 268 milhões, uma redução se comparado ao mês anterior, quando os resgates alcançaram R$ 328 milhões. Entre os valores disponíveis para resgate estão fundos de contas-corrente ou poupança encerradas, cotas de cooperativas de crédito, recursos não retirados de consórcios encerrados, tarifas e parcelas cobradas indevidamente, e recursos de contas pré ou pós-pagas encerradas, entre outros.
O Banco Central também faz um alerta crucial aos correntistas sobre potenciais golpes. Estelionatários têm se passado por intermediários para a recuperação dos valores esquecidos. O BC enfatiza que todos os serviços oferecidos pelo Sistema de Valores a Receber são gratuitos e que não envia links ou realiza contato para tratar sobre valores a receber ou para confirmar dados pessoais.
Além disso, somente a instituição financeira identificada na consulta do Sistema de Valores a Receber está autorizada a contatar o cidadão. O Banco Central adverte que senhas não devem ser compartilhadas e nenhum indivíduo está autorizado a fazer esse tipo de solicitação.
Portanto, é essencial que os correntistas fiquem atentos para evitar fraudes e aproveitem a oportunidade de recuperar seus recursos esquecidos.