De acordo com a divulgação feita pelo IBGE, o total de pessoas empregadas subiu para 102,3 milhões, refletindo um marco positivo para o mercado de trabalho nacional. Um dos principais responsáveis por esse aumento foi a área de administração pública que, englobando setores como educação, saúde e serviços sociais, conseguiu expandir suas contratações em 4,5% em relação ao trimestre anterior. Isso significa que, aproximadamente, 807 mil novos postos de trabalho foram gerados, consolidando a educação como um pilar fundamental nessa recuperação econômica.
No contexto das contratações, foram especialmente as vagas nas esferas pública e privada da educação que impulsionaram esse crescimento. A demanda aumentou para cargos de professores, serventes, inspetores de alunos e porteiros, muitos dos quais estão concentrados nas prefeituras. A sazonalidade desse setor também merece destaque; muitas contratações acontecem no período de volta às aulas em março, após um hiato nas contratações durante as férias de fim de ano.
A coordenadora de Pesquisas do IBGE, Adriana Beringuy, ressaltou que a atividade educacional foi uma das principais responsáveis pela recuperação do mercado de trabalho no último trimestre. Embora outros setores, como saúde, também tenham contribuído, a educação se revelou preponderante nesse processo.
Além de detalhar o desempenho do setor educacional, a pesquisa também trouxe à tona informações sobre o comportamento de outras atividades econômicas. Por exemplo, enquanto a agricultura e a indústria tiveram um crescimento modesto de 1,7% e 1,2%, respectivamente, o comércio registrou um aumento de 1,3%, com 258 mil novos empregos.
Por outro lado, setores como construção e alimentação mostraram-se em declínio, apresentando queda na empregabilidade. No geral, o cenário é de uma recuperação gradual, embora desigual, em diferentes segmentos da economia.
A Pnad Contínua também se destacou por ser a primeira a incorporar a nova amostra representativa de domicílios, fruto do Censo 2022. Essa atualização possibilitou uma revisão dos dados históricos, permitindo uma análise mais precisa da dinâmica do mercado de trabalho nos últimos anos, embora a taxa de desemprego permanecesse inalterada na maioria dos casos analisados.
Assim, com um panorama de crescentes oportunidades, especialmente nas áreas educacional e de serviços, o Brasil se mostra à frente em sua recuperação do emprego, mesmo diante dos desafios que ainda persistem em outras áreas da economia.