Durante um evento realizado na quinta-feira, em Mariana, Minas Gerais, marcado pela presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a diretora do BNDES, Maria Fernanda Coelho, destacou a relevância dessa iniciativa. Segundo ela, a liberação do Fundo Rio Doce não apenas simboliza um novo começo, mas também uma tentativa de restaurar a confiança entre a instituição e as comunidades afetadas. A diretora assegurou que o BNDES atuará com rigor técnico e transparência para garantir que os recursos cheguem de forma eficaz aos necessitados, incluindo pescadores, agricultores e comunidades tradicionais.
O rompimento da barragem do Fundão, que integrava um complexo de mineração da Samarco na zona rural de Mariana, resultou em uma tragédia com 19 vidas perdidas e a contaminação das águas do Rio Doce, que afetou a ecologia e a economia de diversas regiões. Para mitigar os danos causados, um acordo homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em novembro do ano anterior obrigou a Samarco a destinar R$ 100 bilhões ao longo de 20 anos para reparações.
Desse total, R$ 49,1 bilhões estão reservados para o Fundo Rio Doce, que será gerido pelo BNDES e aplicado em diversas áreas, como educação, saúde, assistência social e iniciativas ambientais. Nos próximos quatro anos, o Programa de Transferência de Renda deverá receber R$ 3,75 bilhões, com a operação sendo responsabilidade da Caixa Econômica Federal.
Entre os R$ 500 milhões já previstos para 2025, R$ 200 milhões serão direcionados ao ptr-pesca, beneficiando aproximadamente 22 mil pescadores. Os outros R$ 300 milhões focarão no ptr-rural, atendendo cerca de 16 mil agricultores. Esses trabalhadores receberão pagamentos mensais equivalentes a 1,5 salário-mínimo durante três anos e, no quarto ano, o apoio será reduzido para um salário-mínimo. Essa estratégia é um passo significativo em direção à recuperação e ao desenvolvimento sustentável das comunidades que ainda sofrem as consequências do desastre.