Nesta sexta-feira (2), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgou em seu centro no Rio de Janeiro um aumento de R$ 2 bilhões no orçamento da linha de crédito Procapcred, destinada a cooperativas de crédito. Além disso, a instituição anunciou mudanças na linha de crédito, incluindo a ampliação da linha em dólar e a captação de R$ 808 milhões em Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) para fortalecer as condições de financiamento do setor.
A linha Procapcred, criada em 2006 para fortalecer a estrutura patrimonial das cooperativas de crédito, teve sua vigência prorrogada até o fim de 2025, além do acréscimo de recursos. O financiamento é oferecido diretamente aos associados para a aquisição de cotas-partes do capital de cooperativas singulares de crédito.
Segundo o diretor Financeiro e de Crédito Digital para MPMEs do BNDES, Alexandre Abreu, a capacidade de financiamento aumentará aproximadamente nove vezes em relação aos recursos aplicados pelo Banco. O limite de financiamento de R$ 30 mil passará a ser de até R$ 100 mil por cliente a cada dois anos, com redução de taxas e alongamento de prazos, focando principalmente em cooperados das regiões Norte e Nordeste.
Além disso, as mudanças permitirão que qualquer cooperado pessoa física de uma cooperativa de crédito ou de banco cooperativo possa acessar a linha de crédito, desde que seja natural residente e domiciliada no Brasil.
No que diz respeito à linha em dólar, os recursos são destinados a agricultores e pecuaristas que exportam produtos. Abreu ressaltou que essa modalidade está disponível a juros mais acessíveis, em torno de 7,9% ao ano, e possibilita investimentos, custeio e armazenagem.
A parceria entre o BNDES e o Ministério da Fazenda e da Agricultura foi celebrada durante o anúncio na sede do Banco. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, destacou a importância de mais linhas de crédito para garantir o desenvolvimento do setor agropecuário.
O BNDES registrou um crescimento de 63% no total de desembolsos para as cooperativas de 2022 para 2023, totalizando R$ 23,8 bilhões, com destaque para os recursos liberados para micro e pequenas empresas e produtores rurais. Alexandre Abreu destacou que a movimentação das cooperativas de crédito provocou uma desconcentração bancária no mercado financeiro. A iniciativa do Banco Central de incluir o cooperativismo de crédito na sua agenda foi elogiada pelo diretor de regulação da instituição, Otávio Damaso.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, ressaltou a importância do papel do Banco Central na regulação e fiscalização do sistema de crédito das cooperativas. Já o presidente da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), Márcio Lopes de Freitas, enfatizou o papel do cooperativismo na geração de desenvolvimento local, destacando que a presença de cooperativas está associada a um maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) nas regiões em que atuam.
