Segundo Chang, as políticas impostas pelo FMI e Banco Mundial prejudicam o desenvolvimento econômico dos países mais pobres, uma vez que os interesses dos países ricos prevalecem nas decisões dessas instituições. O economista ressalta que os EUA detêm 80% dos votos no Banco Mundial, enquanto a China, mesmo tendo uma economia robusta, possui apenas 6% dos votos. Essa disparidade de poder de decisão acaba por favorecer os interesses das nações mais desenvolvidas, em detrimento dos países em desenvolvimento.
Chang também criticou as políticas do Consenso de Washington, conjunto de medidas neoliberais que incluem cortes de gastos públicos, privatizações e desregulamentação do mercado financeiro. O economista argumenta que tais políticas, aplicadas na maioria dos países em desenvolvimento desde a década de 1980, foram um fracasso, não gerando o crescimento esperado e prejudicando o desenvolvimento econômico dessas nações.
Além disso, Chang abordou em seu best-seller “Chutando a Escada” como os países desenvolvidos impõem políticas e instituições aos países mais pobres, dificultando seu desenvolvimento. O economista ressaltou a necessidade de uma reforma da governança global, incluindo mudanças nas instituições internacionais como FMI e Banco Mundial, para garantir uma distribuição mais equitativa de poder e decisão entre os países membros.
Diante das críticas de Chang e de outros especialistas, a expectativa é de que a cúpula do G20 aborde a questão da governança global e promova discussões sobre a necessidade de reformas nessas instituições internacionais. No entanto, a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos pode limitar esse debate, uma vez que sua gestão tem sido marcada pela desconsideração de fóruns internacionais. Ainda assim, o embaixador Celso Amorim, assessor do presidente Lula, acredita que haverá avanços nas discussões sobre a reforma da governança global durante a cúpula do G20.