Essa decisão de manter a Selic ocorre após um período de quase um ano em que houve uma série de cortes na taxa de juros. Desde agosto do ano passado até março deste ano, o Copom havia optado por reduzir os juros básicos em 0,5 ponto percentual a cada reunião. Em maio, essa redução foi um pouco mais tímida, com um corte de 0,25 ponto percentual. No entanto, na reunião de junho, o Copom decidiu interromper essa sequência de cortes, decisão que foi mantida na reunião de hoje.
A manutenção da taxa Selic tem um impacto direto na inflação, que é medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em junho, o IPCA registrou uma alta de 0,21%, inferior à taxa de 0,46% observada em maio. No acumulado do ano, o IPCA já soma uma alta de 2,48%, enquanto nos últimos 12 meses a taxa chegou a 4,23%, um pouco acima dos 3,93% registrados no período anterior.
Para 2024, o Conselho Monetário Nacional (CMN) estabeleceu uma meta de inflação de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual tanto para cima quanto para baixo. De acordo com o Relatório de Inflação divulgado em junho pelo Banco Central, a previsão é que a inflação se situe em torno de 4% no próximo ano. Essa estimativa é corroborada pelo boletim Focus, uma pesquisa semanal realizada com instituições financeiras, que projeta que a inflação oficial deva fechar o ano em 4,1%.
A decisão de manter a Selic em 10,5% ao ano e as projeções de inflação indicam que o Banco Central está atento às oscilações econômicas e buscando equilibrar o crescimento econômico com o controle da inflação. Esse balanço é essencial para a sustentabilidade econômica do país, impactando diretamente a vida dos consumidores e empresas.
Dessa forma, o cenário econômico brasileiro continua a demandar vigilância constante das autoridades monetárias, que devem ajustar suas políticas conforme as condições econômicas evoluem, sempre com o objetivo de preservar a estabilidade econômica e financeira do país.