ECONOMIA – Banco Central Implementa Novas Regras para Aumentar Segurança e Transparência em Arranjos de Pagamento com Prazo de Adequação de 180 Dias.

Na última segunda-feira, o Banco Central (BC) anunciou um conjunto de novas regras visando o gerenciamento de riscos em arranjos de pagamento, o que inclui a regulamentação sobre cartões de crédito e débito. Essas diretrizes, que entram em vigor imediatamente, foram elaboradas após uma consulta pública realizada em 2024 e têm como principal objetivo aumentar a segurança, transparência e eficácia do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB).

De acordo com a nova Resolução BCB nº 522, que atualiza normas anteriores de 2021, as bandeiras de cartões, como Visa e Mastercard, assumem a responsabilidade direta pelo pagamento das transações, mesmo diante de falhas nos sistemas de proteção. Se ocorrerem problemas com o emissor do cartão ou com as credenciadoras, a bandeira deverá utilizar seus próprios recursos para assegurar a transferência dos valores. Essa mudança visa proteger os usuários recebedores de pagamentos, deixando clara a responsabilidade de cada participante do sistema.

Além disso, as bandeiras não podem delegar a responsabilidade de gerenciar riscos às credenciadoras, e exigências de garantias entre os participantes do arranjo são proibidas. O conceito de “honor all cards” será mantido, o que implica que nenhuma credenciadora ou subcredenciadora poderá discriminar diferentes emissores de cartões.

O novo marco regulatório também revisa o processo de chargeback, que se refere à reversão de transações contestadas. Sob as novas diretrizes, a responsabilidade financeira dos participantes é limitada a 180 dias após a autorização da transação, podendo, após esse prazo, ser totalmente transferida para a bandeira, desde que as regras do arranjo permitam.

Outro aspecto importante das novas normas é a ênfase na transparência. As instituições envolvidas nos arranjos de pagamento devem ser claras sobre seus papéis e responsabilidades, especialmente em casos de falhas nos fluxos de pagamento. A centralização do monitoramento das operações será obrigatória, exigindo que todas as subcredenciadoras participem dos sistemas de liquidação e compensação, o que poderá reduzir as vulnerabilidades.

O BC também inseriu comandos que aprimoram a gestão dos riscos relacionados a fraudes e golpes, e estabeleceu medidas de prevenção à lavagem de dinheiro e atividades ilícitas. As instituições têm um prazo de 180 dias para se adequarem às novas normas, enquanto os regulamentos atuais permanecerão válidos até a aprovação das alterações.

Essas mudanças simbolizam um avanço significativo na robustez da regulamentação do setor de pagamentos, que visa reforçar a confiança de consumidores e empresas nas transações eletrônicas, um passo crucial em um cenário cada vez mais digitalizado.

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