Os dados recentes mostram um cenário preocupante para a caderneta de poupança. Em julho, houve uma entrada de R$ 336,87 milhões, mas, de janeiro a maio, o saldo de saques superou os depósitos em R$ 51,77 bilhões. Galípolo apontou que essa mudança no comportamento dos investidores parece ser definitiva e pode ser vista como uma resposta natural à evolução da educação financeira no país e às alternativas de investimento que têm se tornado cada vez mais vantajosas.
O presidente do BC também destacou que a caderneta, a forma de investimento mais tradicional no Brasil, enfrenta um desafio estrutural. Juros mais altos e o surgimento de opções de investimentos de baixo risco que oferecem um retorno maior, como os títulos do Tesouro Direto, estão fazendo com que a população busque alternativas além da poupança.
Atualmente, aproximadamente 65% dos recursos da poupança são direcionados ao Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que financia imóveis de até R$ 1,5 milhão a juros de até 12% ao ano. Para imóveis acima desse valor, a opção é o Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), que utiliza recursos de mercado através de Letras de Crédito Imobiliário (LCI).
Essas discussões sobre um novo modelo surgem em um contexto em que o governo também está considerando a implementação de uma taxa de 5% do Imposto de Renda sobre as LCIs, que atualmente são isentas de impostos. Com isso, o cenário para o financiamento habitacional no Brasil pode passar por transformações significativas, refletindo uma adaptação aos novos comportamentos do investidor e ao atual ambiente econômico.