Galípolo pontuou que “o IOF é um imposto regulatório, como está claramente definido na Constituição”, e reiterou que não deveria ser usado em estratégias arrecadatórias nem em suporte às políticas monetárias. A sua posição é de que a elevação deste imposto sobre crédito destinado a empresas não deve interferir nas decisões dos empresários quanto à escolha de fontes de financiamento. “Não é desejável que a escolha de uma linha de crédito dependa de arbitragem tributária”, enfatizou ele, ressaltando a necessidade de um ambiente econômico mais saudável e previsível.
O aumento do IOF, que pode trazer uma arrecadação adicional de R$ 19,1 bilhões até o final do ano, é considerado por analistas equivalente a um aumento de 0,5 ponto percentual na Selic, encarecendo o crédito para as empresas. Este encarecimento pode ter repercussões diretas na dinâmica econômica, levando os empresários a repensar seus planos de investimento.
Galípolo também se mostrou cauteloso ao avaliar o impacto dessa medida sobre a economia e anunciou que o Banco Central irá considerar cuidadosamente o efeito do aumento do IOF nas suas projeções futuras. Ele explicou que é fundamental aguardar a definição final da proposta em tramitação no governo e no Congresso para determinar como isso poderá influenciar a inflação e o Produto Interno Bruto (PIB). “A gente tende a consumir com mais parcimônia, aguardando o desenho final para entender de que maneira e quanto deve ser incorporado nas nossas projeções”, concluiu o presidente do BC.