A recuperação judicial é um recurso utilizado por empresas que precisam suspender e renegociar dívidas, visando a manutenção de suas operações. O aumento no número de empresas adotando esse mecanismo reflete as dificuldades enfrentadas pelo setor empresarial em meio ao cenário econômico desafiador. Vale ressaltar que os dados excluem microempreendedores individuais, organizações não governamentais e empresas estatais.
Desde o segundo trimestre de 2023, a consultoria RGF tem realizado análises trimestrais sobre a situação das empresas em recuperação judicial, com um crescimento progressivo nesse indicador. No segundo trimestre de 2024, o número chegou a 4.223 empresas na mesma condição, evidenciando uma tendência de aumento contínuo.
Apesar dos dados positivos em relação à geração de empregos no país, com aumento no número de trabalhadores registrados e equilíbrio no saldo de empresas abertas e fechadas, o aumento nas recuperações judiciais revela um cenário de fragilidade em diversos setores da economia. No entanto, é importante destacar que muitas empresas que recorrem à recuperação judicial conseguem superar as dificuldades e retornar normalmente às suas operações.
O estado de São Paulo, conhecido por concentrar um grande número de empresas ativas, registrou uma redução no volume de empresas em recuperação judicial, saindo de 1.279 para 1.255. Já estados como o Rio Grande do Sul e Minas Gerais apresentaram aumentos significativos nesse indicador, influenciados por fatores locais e conjunturais.
Diante desse cenário, a consultoria RGF alerta para a expectativa de novos aumentos nos processos de recuperação judicial nos próximos meses, especialmente devido à manutenção da taxa Selic em patamares elevados. Empresas com alto endividamento continuam enfrentando desafios para honrar suas obrigações financeiras, em um contexto de escassez de crédito e incertezas econômicas.
