ECONOMIA – Agências de classificação de risco: como as notas influenciam a economia e os investimentos internacionais em um país



A classificação de risco por agências estrangeiras é um importante indicativo da confiança dos investidores internacionais na economia de um país. Essas notas influenciam diretamente os juros dos títulos públicos, que representam o custo para o governo obter empréstimos dos investidores. Além disso, as agências também atribuem notas aos títulos emitidos por empresas no mercado financeiro, avaliando a capacidade das companhias de honrarem seus compromissos.

Dentro desse contexto, o grau de investimento funciona como um selo de aprovação, indicando que um país não corre risco de calote em sua dívida pública. Quando um país é rebaixado para a categoria de grau especulativo, a probabilidade de inadimplência aumenta, o que impacta negativamente na reputação daquele país no mercado internacional. Isso também se aplica às empresas, cujos títulos são considerados como de lixo caso haja inadimplência.

As agências mais respeitadas pelo mercado são a Fitch, a Moody’s e a Standard & Poor’s (S&P), que enviam técnicos aos países avaliados para analisar as condições da economia. Uma avaliação positiva por parte dessas agências pode resultar em menores custos e melhores condições de pagamento para um país e suas empresas no mercado internacional.

No entanto, as notas emitidas por essas agências nem sempre refletem a realidade econômica de um país. Um exemplo disso é o ocorrido em 2008, quando o Brasil recebeu o grau de investimento pelas três agências. Entretanto, em setembro de 2015, a S&P retirou o grau de investimento do país e concedeu perspectiva negativa, seguida pela Fitch e pela Moody’s em 2016.

A relação entre as agências de classificação de risco e a confiança dos investidores também possui um lado controverso. Antes de 2008, as agências deram notas altas para operações de venda de créditos imobiliários nos Estados Unidos, que acabaram entrando em colapso e desencadearam uma crise econômica global. Além disso, em 2013, a Standard & Poor’s foi alvo de uma investigação por suspeita de fraude na classificação de produtos hipotecários.

Portanto, embora as classificações de risco possam influenciar a confiança no mercado financeiro, é importante considerar que essas agências não estão imunes a críticas e falhas em suas previsões. A análise da situação econômica de um país deve levar em consideração diversos fatores, para além das notas emitidas por agências de classificação de risco.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!


Botão Voltar ao topo